Sábado, 14 de junho de 2025
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Um levantamento feito com mais de 2 milhões de publicações na internet em língua árabe no mundo todo revelou que o apoio ao grupo extremista EI (Estado Islâmico) é maior na Europa do que na Síria, país onde os jihadistas atuam mais ostensivamente.

Estudo realizado por acadêmicos italianos e divulgado nesta sexta-feira (28/11) pelo jornal britânico The Guardian analisou o fluxo de publicações em árabe no Twitter e no Facebook, entre outras plataformas, desde o mês de julho. Usuários europeus e norte-americanos que postam em língua árabe são, em média, mais favoráveis à atuação do grupo terrorista sunita, quando comparado ao conteúdo das postagens na região onde ocorre o conflito.

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Reprodução/VICE

A Vice conseguiu ter acesso à area controlada pelo EI, assista ao documentário “Por dentro do Estado Islâmico”

Segundo reporta o The Guardian, em um olhar mais específico, é possível perceber que o EI está perdendo a “batalha pelos corações e mentes” da população síria. Mais de 92% dos tuítes, blogs e comentários em fóruns online são hostis aos jihadistas — que já tomaram grande porção de território na Síria e no vizinho Iraque.

Levantamento com 2 milhões de posts em árabe nas redes sociais mostra que chancela a jihadistas é mais forte no Ocidente: Bélgica, Reino Unido, França e EUA

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No fluxo total das 2 milhões de publicações analisadas, apenas 20% do conteúdo é simpático à causa do EI. Entre os argumentos utilizados, há aqueles que veem com bons olhos a empreitada do grupo de “defender” ou “unificar” a comunidade religiosa global e defender sua fé.

Abaixo, veja infográfico reproduzido pelo 'The Guardian'. Os números representam a porcentagem de posts expressando sentimento positivo em relação ao Estado Islâmico:

Um dos elementos flagrados pelo grupo que realizou o estudo diz respeito a uma espécie de batalha, nas redes sociais, em torno da legitimidade religiosa do Estado Islâmico — se o discurso do grupo dialoga ou não com a população muçulmana de maneira geral.

Entre as publicações contrárias ao EI, 1 em cada 3 critica o grupo fundamentalista por abusar do islamismo e usar a fé para mascarar a busca pelo poder e outros “interesses privados”.

“Eles são tiranos e deturparam o islã. Todos os dias, o EI faz o islã usar a máscara de um bárbaro monstro sexual”, diz um dos tuítes pinados pelo estudo.