O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reconheceu nesta sexta-feira (01/04) que “não há dúvidas” de que civis foram mortos em ataques de drones dos EUA ao redor do mundo.
Agência Efe
O presidente dos EUA, Barack Obama, durante conferência de imprensa nesta sexta-feira (01/04)
Durante uma conferência de imprensa ao fim da IV Cúpula de Segurança Nuclear, realizada em Washington, o presidente norte-americano foi questionado sobre o aumento do número de vítimas fatais de ataques de drones dos Estados Unidos no Oriente Médio e em outras regiões.
“No passado, houve críticas legítimas sobre a arquitetura legal do uso de ataques de drones não ser tão precisa quanto deveria ser”, disse Obama. “Não há dúvidas de que civis foram mortos e isso não deveria ter acontecido. Em situações de guerra, temos que nos responsabilizar quando não estamos agindo de forma apropriada.”
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Obama afirmou que, geralmente, as forças militares dos EUA e a CIA – principais operadores dos drones usados em missões militares pelos EUA – usam “critérios vigorosos” para reunir as informações de inteligência utilizadas no estabelecimento dos alvos, e que essas informações são “checadas, duplamente checadas, triplamente checadas antes que as ações sejam iniciadas”.
Nos últimos 8 anos, o governo dos EUA expandiu o programa de drones militares em países como Afeganistão, Líbia, Iraque, Somália e Paquistão, entre outros, na chamada “guerra ao terror”. A princípio utilizados em missões de reconhecimento, os aparelhos passaram a ser empregados em ataques mortais contra alvos de grupos extremistas como Al-Qaeda e Al-Shabaab.
Tais ataques têm atingido, porém, milhares de civis nos últimos anos, no que o jargão militar considera “efeito colateral”. Segundo levantamento da organização britânica Bureau of Investigative Journalism, somente no Paquistão 2.400 pessoas morreram em ataques de drones dos EUA entre 2004 e 2014. Destas, somente 84 foram nomeadas como membros da Al Qaeda.