A psiquiatra do atirador James Holmes, autor de massacre em cinema norte-americano no ano passado, enfrentará processo criminal por negligência no tratamento de seu paciente. A viúva de uma das 12 vítimas do tiroteio entrou com a acusação na Justiça federal dos Estados Unidos no início desta semana.
Efe
Holmes (à esquerda) ao lado da defensor pública Tamara Brady, que realiza sua defesa, em tribunal no mês de agosto de 2012
Chantel Blunk alega que a médica Lynne Fenton deveria ter tomado providências depois de Holmes admitir “estar fantasiando em matar muitas pessoas”. Segundo a viúva, o jovem teria feito essa declaração cinco semanas antes de invadir uma sessão do filme Batman e atirar contra os espectadores.
A psiquiatra chegou a alertar as forças de segurança da Universidade do Colorado, aonde o atirador cursava neurociência, mas recusou interna-lo na ocasião, informaram agências internacionais.
“Fenton sabia que James Holmes era perigoso e tinha o dever de tomar todos os cuidados possíveis para proteger o público”, afirma o documento de acusação. “A acusada teve a oportunidade de tomar esse cuidado quando a polícia universitária lhe ofereceu internar Holmes”, acrescenta.
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O processo ainda alega que a médica “rejeitou a ideia” da internação e, portanto, “rompeu com o seu dever de tomar as devidas precauções”.
Fenton é diretora dos serviços de saúde mental no campus de medicina da Universidade do Colorado e por esta razão, a instituição também foi mencionada na acusação. De acordo com a porta-voz Jacque Montgomery, oficiais alertaram a universidade que outras vítimas do massacre podem entrar com processos judiciais contra a conduta da psiquiatra.
“A Universidade do Colorado tem apenas simpatia pelas vítimas do tiroteio do Cinema Aurora e por seus familiares, mas na nossa revisão inicial do caso, a Universidade acredita que o processo não tem fundamento legal nem fatual”, afirmou Montgomery em comunicado.
Em agosto de 2012, Fenton testemunhou perante um tribunal sobre seu contato com o atirador. A psiquiatra afirmou que entrou em contato com a polícia do campus por estar “muito” preocupada com sua última sessão com Holmes.
O jovem, de apenas 25 anos, enfrenta 166 denúncias na justiça norte-americana, incluindo de homicídio e tentativa de homicídio. Ele invadiu a sessão de estreia do filme do Batman na madrugada do dia 20 de julho do ano passado, deixando 12 pessoas mortas e pelo menos 58 feridos.
Ao ser detido pelas autoridades no estacionamento do local, Holmes disse que era o Coringa. Segundo os promotores do caso, apenas nove minutos antes de invadir o cinema, o atirador tentou ligar para a psiquiatra