As Nações Unidas alertaram aos membros do Conselho de Segurança para a grave situação humanitária no sul do Sudão, onde 900 mil pessoas vivem em condições precárias como consequência do conflito interno com o Sudão do Sul.
“A situação humanitária destas pessoas é realmente terrível”, declarou à imprensa John Ging, funcionário do OCHA (Departamento de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU), ao expor a situação aos quinze membros do Conselho de Segurança nesta terça-feira (08/01).
Ging explicou que 450 mil pessoas fugiram de suas casas no estado de Kordofan do Sul e outras 230 mil de Nilo Azul, enquanto há 205 mil refugiados na Etiópia e no Sudão do Sul.
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Por causa da intensificação do conflito na fronteira entre Sudão e Sudão do sul, a organização internacional não têm acesso a essas zonas. “Não podemos ajudar”, lamentou Ging. “Isso não é aceitável”.
Ging ressaltou que “a situação é urgente”, já que ambas as partes não têm vontade política de “facilitar o acesso” das agências da ONU para fornecer ajuda humanitária aos afetados.
Por isso, o funcionário pediu o apoio do Conselho de Segurança para motivar ambas as partes a deixar a retórica e facilitar a chegada e distribuição de ajuda humanitária.
“Só necessitamos do sinal verde para começar nossas operações. Não podemos começar se não permitem o acesso, porque é uma zona de conflito”, disse o funcionário.
Ging acrescentou que as pessoas que fogem falam de bombardeios aéreos e que as pessoas estão recorrendo a “raízes e folhas” para sobreviver.
O conflito na região envolve os rebeldes do SPLM-Norte (Movimento de Libertação do Povo do Sudão-Norte), que diz defender as minorias da região, com o governo sudanês, que acusa esse grupo de atuar sob as ordens do Sudão do Sul.
O Sudão do Sul se tornou independente em julho de 2011, mas desde então os dois países vem mantendo enfrentamentos políticos e militares na fronteira entre os dois territórios.