A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navy Pillay, pediu nesta segunda-feira (13/02) na Assembleia Geral do organismo, que a comunidade internacional atue “urgentemente” para proteger a população civil na Síria do que considera serem “ataques sistemáticos” do regime de Bashar al Assad.
“Todos e cada um dos membros da comunidade internacional devem atuar agora para proteger urgentemente a população síria”, disse Pillay, garantindo que a ONU segue sem poder atualizar neste momento o número de mortos pela repressão na Síria.
A alta comissária também lamentou a falta de ação do Conselho de Segurança da ONU em meio à situação na Síria e indicou que, ao contrário, foi a Liga Árabe quem deu uma resposta determinada com a intenção de frear a violência para frear a violência, e por isso estimulou os Estados-membros das Nações Unidas a apoiarem os esforços dessa organização regional.
“Quanto mais tarde a comunidade internacional agir, mais a população civil sofrerá com as inúmeras atrocidades que estão sendo cometidas”, disse Pillay, que afirmou que as autoridades sírias seguem adiante com sua campanha de “disparar para matar” contra os manifestantes.
Além disso, a repressão continua com uma “campanha em massa de detenções”, que levou à “prisão arbitrária de milhares de manifestantes e ativistas” e também ao “desaparecimento forçado” de muitos desses detidos, segundo a alta comissária.
Pillay denunciou “o uso sistemático e estendido de torturas” nos centros de detenção e interrogatório das forças de segurança, a quem também acusou de episódios de “violência sexual” e de direcionar a violência contra menores, já que estima-se que cerca de 400 crianças morreram desde o início da repressão, há 11 meses.
Segundo a alta comissária, seu escritório concluiu que, desde março de 2011, quando foram iniciados os protestos contra o regime de Al Assad, foram cometidos “crimes contra a humanidade” na Síria e estimulou mais uma vez o Conselho de Segurança a enviar estes casos ao TPI (Tribunal Penal Internacional). Ela também alertou especialmente para o principal foco de repressão, a cidade de Homs.
“Todos os Estados-membros (da ONU) devem deixar claro ao governo sírio que a violência deve acabar agora”, afirmou Pillay.
A alta comissária participou nesta segunda-feira de uma sessão especial da Assembleia Geral da ONU sobre a situação na Síria, reivindicada por vários países árabes, que trabalham em um projeto de resolução que será apresentado no órgão para condenar o regime sírio e apoiar os esforços da Liga Árabe.
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