O líder do principal grupo político de oposição da Síria disse que está pronto para negociar com oficiais do governo que não têm as mãos “manchadas de sangue” uma vez que o presidente Bahar al Assad e seus apoiadores saiam do poder.
Abdelbasset Seida, líder do Conselho Nacional Sírio, também disse que ao jornal Asahrq al-Awsat em uma entrevista publicada neste domingo (05/08) que a renúncia do enviado especial da ONU Kofi Annan pode abrir uma porta para uma nova iniciativa para resolver a crise.
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Seus comentários ocorreram quando forças leais ao regime atacavam posições rebeldes na segunda maior cidade da Síria, Aleppo. A batalha decisiva não parecia ser iminente, segundo fontes na cidade. O secretário britânico de assuntos exteriores, William Hague, alertou que nos próximos dias deve ocorrer uma escalada de violência.
Sobre o futuro do grupo dominante, Seida disse: “No que nos diz respeito, as autoridades perderam a sua credibilidade e legitimidade, e já dissemos isso em Moscou sem rodeios: que o diálogo com este regime não é mais possível”.
“Bashar e o seu grupo devem sair e após isso nós iremos começar a negociar com os outros oficiais que não possuem as mãos manchadas de sangue e que não estavam envolvidos em grandes casos de corrupção”, completou.
Na sexta-feira (03/08), os Estados-membros da ONU votaram por condenar o governo sírio pela violência em uma sessão extraordinária da Assembleia Geral. Aliados da Síria, Rússia e China se opuseram à resolução, mas não foram capazes de usar o veto que eles usaram no Conselho de Segurança.
Seida elogiou o voto de sexta-feira: “Nós acreditamos que o voto na Assembleia Geral da ONU representa o início de uma nova iniciativa que pode vir em um futuro próximo”.