O ministro das Finanças grego, Vangelis Venizelos, apresentou nesta sexta-feira (18/11) no Parlamento a previsão orçamentária de 2012 e afirmou que no ano que vem a crise econômica continuará atingindo o país.
O dirigente afirmou que o desemprego aumentará e o PIB (Produto Interno Bruto), pela quinta vez consecutiva, irá diminuir. Mas nem tudo são notícias ruins: Venizelos afirmou que o país, antes do pagamento da dívida, terá superávit primário e que não serão aplicadas novas medidas de austeridade.
“Se os cortes nos gastos que já estão programados, e que são muito duros, forem feitos, em 2012 não haverá necessidade de novos ajustes nos salários, previdência nem nos impostos”, explicou o ministro.
O orçamento prevê uma queda do PIB de 2,8%. O índice de desemprego subirá do atual 15,4% para 17,2%. O superávit primário foi calculado em 2,420 bilhões de euros (1,1% do PIB), graças às medidas de austeridade e às privatizações.
Com o pagamento da dívida grega, os números pioram: as contas públicas nesse caso terão um déficit de 5,4%, índice menor, no entanto, do que o previsto para o fim de 2011, de 9%.
Os gastos do Estado cairão cinco bilhões de euros em 2012. E a arrecadação aumentará 3,6 bilhões de euros. O ministro mencionou também o ambicioso plano de privatizações do país, com o qual Atenas pretende arrecadar 9,3 bilhões no primeiro trimestre de 2012.
Na primeira etapa, serão vendidas as companhias de água de Atenas e Salónica, loterias, 39 edifícios estatais, empresas petrolíferas e de fabricação de armas. A dívida soberana do país em 2012 será de 145,5% do PIB. Em 2011, esse índice será de 161%.
Venizelos mostrou-se satisfeito com esses números. O orçamento deverá ser aprovado em sete de setembro sem dificuldades, graças à maioria parlamentar do governo de coalizão de Lucas Papademos, formado pelo Pasok, Nova Democracia e LAOS.
O dirigente classificou o orçamento como “uma ferramenta para sair da crise” que ajudará a Grécia a passar de um “estado de pessimismo a novo começo”.
Apesar disso, os números diferem pouco dos que já tinham sido apresentados pelo governo socialista de Giorgos Papandreou.
As previsões só serão realidade, no entanto, se o perdão de 50% da dívida da Grécia, calculada em 100 bilhões de euros, for concretizado. As negociações estão sendo feitas por Atenas e pelas instituições bancárias que possuem a maior parte dos títulos da dívida.
Papademos e Venizelos se reunirão nesta sexta-feira em Atenas com os chefes da missão para a Grécia do FMI (Fundo Monetário Internacional), da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu. O encontro terá como objetivo discutir as questões políticas das medidas de austeridade vinculadas ao plano internacional de ajuda à Grécia.
A liberação da parcela de oito bilhões de euros, sexto lance do primeiro plano de resgate da Grécia, de 110 bilhões de euros, depende do relatório que será elaborado pelas três instituições. Essa quantia se somará ao segundo plano de ajuda, no valor de 130 bilhões.
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