O Bundestag (Parlamento alemão) aprovou por ampla maioria nesta sexta-feira (30/11) um novo aporte financeiro de 43,7 bilhões de euros destinado ao rolamento da dívida púbica grega – condicionada a uma série de contrapartidas. A votação é considerada mais uma vitória política para a chanceler Angela Merkel, que sofria resistência dentro de sua própria base. O objetivo dessa medida será tentar reduzir a dívida grega para 124% até 2020.
A coalizão de direita liderada por Merkel e o CDU (União Democrata-Cristã) contou também com o apoio dos principais partidos de oposição, o SPD (Partido Social-Democrata) e os Verdes, ambos de centro-esquerda. Dos 584 membros do Parlamento presentes, 473 votaram favoravelmente ao aporte, contra 100 votos contrários e 11 abstenções.
Antes da aprovação, o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, defendeu o empréstimo a Atenas ao afirmar que o governo grego realizou uma série de progressos – entenda-se uma série de medidas de austeridade fiscal que ocasionou cortes nos serviços públicos, desemprego e recessão. “Os primeiros progressos podem ser vistos, mas o caminho que há diante de nós é longo”, disse Schäuble no plenário.
Agência Efe (30/11/12)
A chanceler alemã Angela Merkel é cumprimentada por parlamentares alemães após aprovação de aporte financeiro aos gregos
“Ninguém aproveita tanto a zona euro como os alemães, econômica e politicamente”, explicou o ministro das Finanças, para estimular os deputados a votar a favor. “Quando investimos no futuro da Europa, quando trabalhamos por uma Europa forte, investimos em nosso próprio futuro”, enfatizou.
“Sempre nos baseamos pelo princípio da condicionalidade e ele aplica-se também aqui”, disse Wolfgang Schäuble, para enfatizar que “a Grécia só receberá toda esta ajuda se continuar a aplicar as medidas de reforma, uma após a outra”.
Já o líder social-democrata, Frank-Walter Steinmeier, disse que o acordo “não é sustentável” para a Grécia e exigiu o perdão da dívida, o que considera “inevitável” após as eleições gerais de setembro de 2013.
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“Os senhores só ganharam tempo. Ao resgate da Grécia pertence inevitavelmente um perdão da dívida e este é um tema que o governo evita como se fosse a peste”, disse Steinmeier, dirigindo-se a Schläube. No entanto, afirma que o SPD iria aprovar a medida “porque não podemos deixar os gregos em um beco sem saída”.
Em resposta, Schläube disse que o perdão da dívida seria impossível, “pois passaria uma mensagem errada” ao exterior. “Se dissermos que a dívida será perdoada, a disponibilidade das pessoas para poupar, de modo a receber novas remessas de ajuda, será enfraquecida”.