Todas as pesquisas indicam maioria absoluta para o Partido da Justiça e Desenvolvimento, (AKP, islamita moderado), atualmente no poder, nas eleições gerais turcas do domingo (12/06).
No entanto, esta formação não conseguirá a maioria arrasadora de dois terços como desejava seu líder, o primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, para elaborar uma nova Constituição sem a necessidade de convocar um plebiscito popular.
O AKP obterá, conforme as pesquisas, entre 41% e 50% dos votos, seguido do Partido Republicano do Povo (CHP, centro-esquerda) entre 24,5% e 30%, e o Partido da Ação Nacionalista (MHP, extrema-direita) entre 10% e 15%.
Leia mais:
Justiça turca impede candidatura de importantes políticos de origem curda
Curdos protestam contra referendo de emendas constitucionais na Turquia
Turquia pode voltar a proibir acesso ao Youtube
Famílias de soldados mortos por rebeldes curdos processam exército da Turquia
Os candidatos independentes curdos alcançariam entre 5% e 7%, percentuais que os colocariam no Parlamento, apesar de não alcançar o patamar mínimo de 10% estabelecido pelos partidos políticos (devido ao fato de esse não ser exigido dos independentes).
Pela última pesquisa, publicada nesta semana pelo instituto Konda, o AKP conseguirá no domingo 46,5% dos votos, e entre 315 e 330 cadeiras, bem acima da maioria absoluta dos 276 deputados, mas o que o obrigaria a buscar consenso com outros partidos para aprovar uma nova Carta Magna.
Em entrevista à agência de notícias Efe, o diretor do Konda e analista político, prevê que o AKP vai sofrer uma ligeira queda do apoio pela decisão de ter se afastado do voto curdo, embora compensará esta perda ao ter elevado o tom nacionalista e atraído parte dos seguidores do MHP.
Em sua opinião, a economia e o bem-estar serão decisivos para que o AKP seja reeleito nesse pleito, sem que a política externa e outros fatores tenham conquistado triunfo determinante.
Erdem descartou o sonho presidencialista de Erdogan, similar ao modelo francês, porque, se as pesquisas estiverem corretas, não obterá neste domingo por um bom trecho a maioria de dois terços no Parlamento que daria mãos livres para elaborar a nova Constituição e modelar nela esta nova forma de governo na Turquia.
O analista ressaltou que o fantasma do islamismo do AKP, um temor presente nas eleições de 2007 em amplos setores da população, passou agora para segundo plano, embora o laicismo continue alimentando parte do voto do CHP para mantê-lo flutuando acima de 20% do eleitorado.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL