O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, apresentou neste sábado (12/11) sua renúncia do cargo ao presidente do país, Giorgio Napolitano. A informação foi confirmada oficialmente pela Presidência em nota oficial. “Ao fim do percurso parlamentar para a aprovação da Lei de Orçamentos do Estado, Silvio Berlusconi apresentou sua renúncia”, diz o comunicado. Não há consenso até o momento em torno de seu substituto.
Na nota, é informado que Napolitano, como estabelecido pelas leis do país, analisa se aceita ou não a renúncia – procedimento que é meramente protocolar. “No domingo, o chefe de Estado realizará todas as consultas com as forças políticas”.
Efe
Berlusconi se despede dos jornalistas em sua saída do palácio presidencial italiano
A saída do polêmico premiê dá fim a um período de 17 anos (não consecutivos) na liderança do país e abre caminho para que a Itália tenha maior possibilidade de receber ajuda financeira da União Europeia para saldar sua dívida pública.
Após o anúncio da renúncia, as milhares de pessoas que tinham se concentrado em frente à sede da presidência reagiram com aplausos e gritos de comemoração.
Devido à presença em massa de manifestantes, Berlusconi precisou sair por uma porta secundária do palácio Quirinale para voltar à sua residência em Roma, o Palácio Grazioli.
Napolitano começará amanhã as consultas às 9h locais (6h de Brasília) recebendo os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Renato Schifani e Gianfranco Fini, respectivamente. Depois, será a vez dos porta-vozes dos grupos parlamentares e os presidentes eméritos da Itália.
Não se descarta que já neste domingo ele encarregue a formação de um novo governo, para que, na segunda-feira, quando abrirem os mercados financeiros, a Itália tenha um novo Executivo que inicie as medidas econômicas exigidas pela União Europeia.
Há alguns dias especula-se que Napolitano optará por um governo presidido pelo ex-comissário da União Europeia, o economista Mario Monti, mas as dúvidas serão sobre a duração dessa administração.
A hipótese de um governo presidido por Monti foi aceito pela oposição, chamada “Terceiro Polo”, formado pelos partidos API (Aliança para a Itália), UDC (União Democrata-Cristã) e FLI (Futuro e Liberdade), além do majoritário PD (Partido Democrata). Já o Itália dos Valores aceitou a proposta de aliança com algumas condições.
Efe
Multidão comemora renúnica do premiê italiano emRoma
Também hoje, o partido de Berlusconi, PdL (Povo da Liberdade), deu o sinal verde à possibilidade de “negociar com Monti”, mas colocou como condições que “seu programa de governo esteja circunscrito apenas à aprovação dos 29 pontos” contidos no documento com as reformas prometidas à UE para reduzir a dívida.
Membros do PdL acrescentaram que esperam que se trate de um governo com mandato breve, formado por tecnocratas, e que Monti e os novos ministros não sejam candidatos nas próximas eleições.
Quem já garantiu que não apoiará Monti foram os principais aliados do partido de Berlusconi, a Liga Norte, que segue insistindo na necessidade de novas eleições.
Antes de ir ao Quirinale, Berlusconi se reuniu pela última vez com os membros de seu gabinete em um Conselho de Ministros que durou 35 minutos. A reunião serviu apenas para que Berlusconi se despedisse.
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