O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, se reúne na manhã desta quinta-feira (02/02), em Buenos Aires, com empresários brasileiros e com ministros argentinos para discutir a nova política comercial do país que poderia aumentar as restrições para a exportação de produtos ao país. Deverão estar presentes no encontro o ministro de Economia, Hernán Lorenzino, a ministra de Indústria, Débora Giorgi, e o secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno.
A recente preocupação do empresariado brasileiro se deve a uma nova regra do país vizinho, em vigor desde esta quarta-feira (01/02), que poderia estabelecer que todas as importações destinadas ao consumo devem ser comunicadas previamente à Receita argentina (AFIP), antes mesmo da emissão da ordem de compra.
As informações acerca dos produtos que entram no país deverão ser registradas em um formulário eletrônico, chamado de Declaração Jurada Antecipada de Importação (DJAI). Os dados serão avaliados por diferentes organismos, que devem informar a aprovação da solicitação de importação em um prazo de 10 dias corridos.
A medida poderia funcionar como um controle seletivo acerca de quais produtos a Argentina tem capacidade de fabricação nacional, visando a substituição de importações. Outra preocupação se refere a um possível agravamento da lentidão na entrada de produtos destinados ao consumo no país – que representam cerca de 75% das exportações brasileiras à Argentina -, aumentando tensões no comércio bilateral.
Entre as empresas que confirmaram presença na reunião, prevista para começar às 11h, estão Petrobrás, Vale, Gerdau, Itaú, Banco do Brasil, General Motors, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Correa e JBS. Em seguida, Skaf será recebido pelo ministro de Economia do país para discutir as dificuldades no comércio entre o Brasil e a Argentina.
Em 2011, a corrente de comércio entre Brasil e Argentina registrou recorde de US$39,6 bilhões, aumento de 17% em relação ao ano anterior. O saldo foi positivo para o Brasil, que apresentou superávit de US$ 5,8 bilhões. O produto brasileiro com maior participação no mercado de importados da Argentina é o automóvel (16%) que também é a mercadoria que o Brasil mais importa do país vizinho.
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