O presidente do Haiti, René Préval, e o primeiro-ministro, Jean-Max Bellerive, avaliaram hoje (19) que a situação no país tem melhorado com a chegada da ajuda internacional e, embora haja muito a ser feito na distribuição dos donativos e na manutenção da segurança, haverá trabalho em conjunto entre as autoridades do Haiti, da ONU (Organização das Nações Unidas) e dos países que enviaram pessoal civil e militar para ajuda humanitária.
“Uma semana atrás, não tínhamos comunicações, as estradas estavam bloqueadas, a Minustah [missão de paz das Nações Unidas] perdera a liderança e havia mais de 50 mil corpos nas ruas. Hoje, as ruas estão sendo limpas, as comunicações estão voltando e a Minustah está retomando as atividades”, disse Bellerive à emissora norte-americana CNN.
Em entrevista ao vivo conjunta, em que Bellerive atuou como intérprete e elo entre a repórter e o presidente, os dois confirmaram que o número de corpos removidos dos escombros e das ruas é atualmente de cerca de 72 mil e que 50 mil foram enterrados, segundo a cifra mais recente. “Isso sem contar os feridos que estão sendo socorridos pela Minustah e pelos paramédicos internacionais”, explicou Bellerive. Anteriormente, o ministro da Alfabetização, Carol Joseph, havia informado que 70 mil já haviam sido enterrados.
Préval negou que a situação da segurança pública esteja fora do controle, embora tenha admitido que a polícia haitiana foi “destroçada” pelo terremoto. “O que todo haitiano precisa compreender é que a situação é catastrófica e todos nós fomos vítimas, inclusive o governo e as forças de segurança”, disse o presidente.
Assim como Bellerive, Préval insistiu que a maior dificuldade está sendo a entrega de água e comida para a população, além de medicamentos. Nas palavras de Préval, no momento em que estes itens estiverem chegando regularmente à população necessitada, “a sensação de frustração” vai diminuir. Tanto o presidente quanto o primeiro-ministro cobraram maior coordenação entre as equipes que trabalham no local, mas se disseram “satisfeitos” com a ajuda prestada por outros países.
Marco Dormino/ONU/EFE
Pessoas caminham em alojamento improvisado perto do aeroporto de Porto Príncipe: 72 mil corpos já foram contabilizados
“Obrigado à CNN”
O presidente do Haiti também enfatizou a “gratidão” haitiana pela ajuda concedida pelos Estados Unidos. Ignorando uma pergunta da apresentadora Cristiane Amanpour sobre os problemas da segurança pública desde o terremoto, Préval disse: “Quero aproveitar para agradecer ao presidente Barack Obama, à primeira-dama Michelle Obama, à secretária de Estado Hillary Clinton e ao seu marido, [o ex-presidente dos EUA e enviado especial da ONU] Bill Clinton, pela ajuda que nos têm dado. Aproveito ainda para dizer muito obrigado à CNN”.
Os dois participaram de dois blocos do programa de Amanpour e esperaram enquanto a emissora transmitia um intervalo comercial.
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