Os exercícios militares entre Rússia e Belarus, que devem durar 10 dias, começaram nesta quinta-feira (10/02), anunciou o Ministério da Defesa de Moscou. O treinamento ocorre em um momento de escalada de tensão com a Ucrânia – e ambos os países fazem fronteira com o território ucraniano.
Chamado de “Resolução Aliada 2022”, os exercícios vão ser concentrados na “supressão e na reação a agressões externas” e devem envolver cerca de 30 mil soldados russos .
O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, já havia anunciado que os exercícios seriam praticados simulando cenários de confronto com forças invasoras do oeste (Polônia e Lituânia) e do sul (Ucrânia).
A operação acontece em meio ao agravamento da situação político-militar na Europa perto das fronteiras da Ucrânia. Os Estados Unidos e países europeus acusam Moscou de planejar uma invasão ao território ucraniano, o que a gestão de Vladimir Putin nega.
Enquanto isso, a Rússia também tem expressado preocupação com a militarização da Ucrânia pela Organização Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o aumento da presença militar da aliança em seus países limítrofes.
Em entrevista às agências de notícia britânicas, o ministro das Relações Externas, Sergei Lavrov, afirmou que os ultimatos e as ameaças dos ocidentais contra seu país “não levam a nada” e que “ataques ideológicos não vão nos levar a lugar nenhum”.
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Exercícios conjuntos seriam praticados simulando cenários de confronto com forças invasoras
A declaração foi dada por Lavrov no início do seu encontro com sua homóloga britânica, Liz Truss, e ressaltou que “muitos dos nossos colegas ocidentais têm uma paixão por essa forma de comunicação”, em uma suposta indireta aos Estados Unidos.
“Naturalmente, podemos normalizar as relações por meio do diálogo e do respeito recíproco, um diálogo igualitário e que entre nos interesses legais comuns e sobre a busca de soluções reciprocamente satisfatórias”, acrescentou o russo.
Além do encontro de alto nível com a Rússia, os britânicos tiveram uma reunião entre o premiê Boris Johnson e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, para debater a crise ucraniana.
Johnson afirmou que seu governo não exclui o envio de tropas e armas para a região em caso de agressão russa. Alguns países aliados da Otan já iniciaram esse envio – como os EUA -, mas outros ainda apostam na solução diplomática, como a Alemanha.
Para o chanceler russo, a relação entre Rússia e Reino Unido deixa a desejar, e não por culpa de Moscou. Segundo Lavrov, o governo britânico “desempenha um papel principal” na “difamação” contra Moscou.
(*) Com Ansa.