O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, afirmou nesta terça-feira (27/08) que as tropas do país estão “preparadas” caso o presidente Barack Obama se decida a favor de uma intervenção na Síria. Funcionários do alto escalão da Casa Branca disseram hoje à emissora NBC que os primeiros ataques com mísseis na Síria, liderados pelos EUA, poderiam começar já na quinta-feira (29) e durar até três dias.
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Embora não haja qualquer resultado preliminar por parte dos inspetores da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a autoria do ataque nos arredores de Damasco na quarta-feira (21), que culminou com a morte de cerca de 1.300 civis, EUA, França e Reino Unido trabalham com a quase certeza de que o regime do presidente Bashar al Assad tenha sido o responsável.
Nesta segunda-feira (26/08), o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou categoricamente que armas químicas foram usadas – mas não disse explicitamente que o governo sírio era o responsável.
Agência Efe
O secretário de Estado norte-americano, Chuck Hagel, disse que os EUA estão “prontos”
“Acho que a inteligência vai concluir que não foram os rebeldes que usaram os agentes químicos e acredito que haverá dados de inteligência para demonstrar que o governo sírio foi o responsável”, disse Hagel, ressaltando que será necessário “esperar” até “uma confirmação das provas e da inteligência”.
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Segundo Hagel, em entrevista para a rede britânica BBC, os EUA já estão prontos para o combate. “Enviamos efetivos à região para sermos capazes de responder a qualquer decisão do presidente”.
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Europa
O Reino Unido, por outro lado, prepara um “plano de contingência” para uma eventual ação militar na Síria, afirmou o gabinete oficial do primeiro-ministro britânico.
Já o presidente francês, François Hollande, anunciou nesta terça-feira (28) que vai aumentar o apoio militar ao principal grupo de oposição ao regime, o CNFROS (Coalizão Nacional para as Forças de Oposição).
O Parlamento vai interromper na quinta-feira o recesso do meio do ano para discutir a resposta de Londres ao ataque com armas químicas na Síria, anunciou hoje o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron.
Por outro lado, a Rússia alertou sobre as “consequências catastróficas” que pode ter uma intervenção na Síria sem o mandato da ONU, enquanto o regime sírio desafiou à comunidade internacional a apresentar “qualquer prova” do uso de armas químicas por parte de seu Exército.
Apoio popular
Já em dezembro do ano passado, pesquisas mostravam que, caso ficasse comprovado o uso de armas químicas pela Síria, uma intervenção militar teria o apoio dos norte-americanos. Dados de um levantamento do Washington Post com a rede ABC apontavam que 62% seriam favoráveis, com a criação de uma área de exclusão aérea. Já a CNN/ORC constatou que 66% dos entrevistados diziam que essa situação tornaria um ataque dos EUA “justificado”.
Caso as armas químicas não tivessem sido usadas, o ataque seria rejeitado. Em julho, a Quinnipac University apontou 61% de repúdio; já uma pesquisa CBS/The New York Times mostrou que 69% dos norte-americanos achavam que, neste caso, os Estados Unidos não teriam responsabilidade para intervir.