A Comissão Anticorrupção de Serra Leoa iniciou ontem (17/02) investigação sobre alegações de desvio de verbas destinadas ao combate à epidemia de ebola no país. Cerca de 40 pessoas, entre médicos e autoridades locais e nacionais, foram convocadas a prestar contas sobre o destino dos fundos repassados pelo governo federal dentro dos esforços antiebola.
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A convocação sucede a divulgação de relatório de auditores independentes na última semana que concluiu que o destino de cerca de um terço do dinheiro público investido nos esforços para conter a epidemia entre maio e outubro de 2014 não foi adequadamente registrado.
Os auditores analisaram a aplicação de cerca de 84 bilhões de leones (cerca de 52 milhões de reais), dinheiro vindo principalmente de doações individuais e de instituições e dos fundos do Estado. Parte desse dinheiro não contava com documentos e recibos comprovando sua aplicação.
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O relatório concluiu também que não houve controle suficiente sobre como os fundos estavam sendo usados, e que em alguns causos não houve “nenhuma consideração para com as leis do país”. Essas perdas podem ter atrasado a resposta de Serra Leoa à epidemia e causado mortes desnecessárias, afirmam os autores.
Abdulai Bayraytay, porta-voz do governo serraleonês, declarou que a economia do país estava “voando alto” antes da epidemia de ebola, e que era necessário assegurar investidores estrangeiros de que “não há absolutamente nenhuma tolerância à corrupção” no país.
*Com informações do The Guardian