As Nações Unidas alegaram nesta quinta-feira (30/08) que possuem dúvidas sobre a eficácia dos corredores humanitários propostos pela Turquia e países como França e Reino Unido para garantir a proteção de civis sírios.
“Essas propostas despertam sérias dúvidas e requerem uma consideração cuidadosa e delicada”, disse ao Conselho de Segurança o subsecretário-geral da ONU, Jan Eliasson, que abriu a cúpula ministerial sobre situação humanitária na Síria.
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Diante dos 15 membros do Conselho de Segurança e representantes de países vizinhos, Eliasson afirmou que “o povo sírio precisa de segurança humanitária”, mas disse que “a crise atual só poderá ser resolvida mediante um processo político crível, respaldado por uma comunidade internacional unida”.
“Chegou o momento em que todas as partes, na Síria e no exterior, devem fazer prevalecer os interesses, a dignidade e os direitos humanos do povo sírio”, acrescentou o diplomata, que falou em nome do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Eliasson considerou as consequências “políticas, sociais e econômicas geradas pelo grande número de refugiados que saem da Síria em direção aos países vizinhos”, nações que necessitam de “ajuda urgente” da comunidade internacional.
Após Eliasson, quem se pronunciou foi o alto comissário para os Refugiados, António Guterres, que qualificou a situação local como “dramática”. Ele estimou em 229 mil o número de sírios que foram obrigados a abandonar o país desde o início dos conflitos. O diplomata português pediu a todas as partes na Síria que permitam o acesso da assistência humanitária, e sugeriu que a comunidade internacional amplie os fundos de ajuda humanitária.
Nos campos na Turquia, o comissário esclarece que já há 80 mil refugiados. A perspectiva é de que o número aumente para 130 mil à medida que se intensifiquem os combates na fronteira. Na Jordânia, o número de refugiados é estimado em 150 mil, no Líbano em 57 mil e no Iraque em 18 mil.