A crise política na Ucrânia e na Venezuela foram os maiores destaques da semana em Opera Mundi. Nos dois países, uma série de reformulações e protestos aconteceu nos últimos dias, apontando para uma nova configuração em ambos os governos.
Nos últimos dias, o cenário político na Ucrânia passou por diversas reviravoltas e se estendeu até a península da Crimeia – região autônoma ao sul do país, mas com predomínio russo . No sábado (22/02), o Parlamento destituiu o presidente Viktor Yanukovich por abandono de suas “funções constituicionais”, após o chefe de Estado sair de Kiev e depois de semanas de pressão de grupos ligados à ultradireita ao governo.
Efe
População ucraniana aguardava apresentação do novo gabinete do governo interino no centro de Kiev, na quarta (26/02)
Já no domingo (23/02), o Parlamento nomeou como presidente interino do país Alexandr Turchinov, braço direito da ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko e ligado aos grupos opositores que tomaram as ruas de Kiev nas últimas semanas. Yanukovich, por sua vez, denunciou ser vítima de um “golpe de Estado” e também disse que não tem a intenção de renunciar nem de deixar o país, como disseram líderes da oposição.
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No entanto, na terça (25/02), o Parlamento aprovou uma resolução para levar o presidente deposto do país para ser julgado na Corte Internacional de Justiça de Haia (Holanda), por ter ordenado, de acordo com os membros da Casa, a violência contra os manifestantes que se concentraram no centro de Kiev durante três meses de confrontos.
A questão da Crimeia
O novo governo provisório da Ucrânia foi apresentado na quarta-feira (26/02). Para chefiar o gabinete foi apontado como novo premiê Arseniy Yatsenyuk, líder do partido opositor Fatherland. Contudo, no mesmo dia, milhares de pessoas saíram às ruas da península da Crimeia (região autônoma da Ucrânia) para pressionar o Legislativo local a não apoiar as decisões das novas autoridades de Kiev.
Reprodução/ RT
Mapa apresenta posição geográfica da Crimeia: península está exatamente na fronteira entre Ucrânia e Rússia
A insatisfação na península ganhou proporções maiores na quinta (27/02), quando o parlamento da Crimeia afirmou não reconheceu o novo governo de transição anunciado pelos manifestantes na quarta (26/02) em Kiev. Além disso, parlamentares decidiram dissolver o governo regional, alegando que o trabalho do Executivo local foi “insatisfatório” em 2013. O legislativo também agendou para o dia 25 de maio — mesma data em que está prevista a eleição presidencial ucraniana — um referendo para dar mais autonomia à região. A consulta à população deverá decidir o futuro da República Autônoma da Crimeia, podendo alterar o status político-legal da região, cuja população é predominantemente russa (60%).
Paralelamente, intensificou-se a presença do exército russo na região – mais precisamente nos arredores do Mar Negro, próximo à Crimeia. Na sexta (28/02), o ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou que as atividades estão em plena conformidade com os acordos com a Ucrânia e proporcionam segurança à região. No entanto, tudo aponta para a possibilidade de uma invasão russa na península.
Efe
Homens armados tomam conta de dois aeroportos na Crimeia na sexta (28/02): proteção contra potenciais ataques, alega
A 'Conferência de Paz' na Venezuela
Nos últimos dias, um dos assuntos que mais esteve em pauta foi a “Conferência de Paz” que Maduro instalou na noite da quarta (26/02) com diferentes setores do país. A iniciativa veio depois da escalada de violência na Venezuela, desatada após uma marcha opositora em Caracas terminar com três mortos e mais de 60 feridos.
Maduro instalou “Conferência de Paz” após duas semanas de protestos na Venezuela
Empresários, jornalistas, religiosos, membros de diferentes instituições do Estado, artistas, trabalhadores e os poucos políticos opositores que compareceram tomaram a palavra, no qual expunham seus pontos de vista sobre a atual conjuntura do país. No entanto, o evento foi boicotado pelos líderes do bloco opositor MUD (Mesa de Unidade Democrática), que classificou a iniciativa como um “simulacro”.
Além disso, outro tema em foco no país aconteceu na terça (25/02), quando Washington expulsou três oficiais da embaixada venezuelana nos EUA, uma semana após a expulsão de funcionários diplomáticos norte-americanos da Venezuela.
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