O salvadorenho Francisco Chávez Abarca foi extraditado nesta quinta-feira (8/7) da Venezuela para Cuba, onde é procurado por ter supostamente colocado bombas nos hotéis para desestabilizar a indústria do turismo em 1997, matando um turista italiano. Além disso, confessou estar na Venezuela para executar atividades para desestabilizar as eleições legislativas que acontecerão em setembro, de acordo com informações rede venezuelana TeleSur.
Acusado de fazer parte de uma rede de anticastristas dirigida pelo cubano e naturalizado venezuelano Luis Posada Carriles, ex-agente da CIA (agência de inteligência norte-americana) e acusado por vários crimes, como a participação em um atentado contra um avião cubano que matou 73 pessoas em 1976, Chávez Abarca disse que não tem contato com o terrorista desde 1997 e que, portanto, seguia as ordens do guatelmateco Daniel Barrundia, também ligado à Fundação Contra-revolucionaria Cubano-Americana, sediada em Miami.
Chávez Abarca confessa ter ligação com Posada Carriles
Na última sexta-feira (2/7), o presidente venezuelano Hugo Chávez anunciou a prisão de Chávez Abarca e afirmou que o salvadorenho tinha planos para matá-lo. “Capturamos um importante terrorista. Ele estava usando um nome falso, pois está na lista vermelha da Interpol, porque é parte da quadrilha de Luis Posada Carriles. Por que ele veio à Venezuela? Meu coração me diz que esse cavalheiro estava vindo aqui para me matar”, disse.
Chávez Abarca ainda não confirmou a acusação, mas contou que se comunicava por email com grupos fascistas da contra-revolução e se encontrava com venezuelanos no restaurante El Caney del Chivo, que fica perto do Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía, em Catia la Mar (norte de Caracas) para iniciar as negociações dos planos de desestabilização.
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No aeroporto, o embarque de Chávez Abarca para Havana foi acompanhado pelo ministro do Interior, Tareck el-Aissami, e pelo chanceler, Nicolás Maduro, que afirmou que o salvadorenho faz parte do grupo de terroristas que a CIA “preparou e financiou” para atuar principalmente na América Central sob o comando de Posada Carriles.
Julgamento à distância
Posada Carriles se encontra na Flórida à espera de julgamento, que acontecerá em julho, no Texas. O terrorista participará por telefone, pois não pode viajar, primeiro, porque está velho para uma viagem de três dias de carro e segundo, porque não pode voar de avião por estar na “no fly list” por terrorismo.
Para Maduro, os EUA insistem em buscar desculpas para não realizar a captura e extradição de Carriles. “Eles tratam de esconder com brechas na lei e desculpas legais o que o mundo inteiro não entende: por que o governo de Obama não tomou a decisão de capturar Posada Carriles”, disse. “Apesar de ter confessado seus crimes, está livre pelas ruas da Flórida, para vergonha do povo dos EUA”, acrescentou.
No dia 15 de junho, Chávez falou no Twitter sobre Posada Carriles. “O governo gringo nos acusa de tudo, mas hoje completam cinco anos do pedido de extradição do terrorista e sequer deram um resposta. Que hipocrisia”.
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