A Promotoria Superior da Catalunha ordenou nesta terça-feira (26/09) que a Mossos d'Esquadra, a polícia dessa região da Espanha, lacre os locais escolhidos como pontos de votação para o referendo do próximo 1º de outubro, considerado como ilegal, impedindo também que a consulta seja feita na rua.
Em uma instrução enviada aos Mossos d'Esquadra, a Promotoria pede que os agentes garantam que não seja possível o acesso aos locais onde serão instaladas as urnas e que se evite a constituição das seções eleitorais através de um “amplo dispositivo” policial.
Segundo a ordem, os agentes poderão “requerer o auxílio e a colaboração das polícias locais”. Se isso não for suficiente, está autorizado o uso das forças de segurança da Espanha.
O Mossos d'Esquadra deverão ainda apreender os instrumentos destinados a facilitar a votação, especialmente urnas, equipamentos de informática, cédulas, documentos e propaganda eleitoral.
A Promotoria ordenou que as seções eleitorais sejam vigiadas até às 21h locais do próximo sábado. Os Mossos d'Esquadra também deverão comunicar se houver tentativa de rompimento dos lacres para acessar os locais, voltando a instalá-los caso seja necessário.
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A decisão ampliou assim a ordem dada na segunda-feira aos Mossos d'Esquadra para que os agentes fossem aos locais indicados pelo governo da Catalunha como pontos de votação, com o objetivo de identificar e interrogar os responsáveis.
Agência Efe
Agentes iniciaram nesta terça-feira a visita a essas escolas, institutos e centros cívicos para cumprir a ordem
Também por ordem judicial, a Guarda Civil bloqueou nesta terça-feira mais de 140 sites de apoio ao referendo ilegal, entre eles o da Assembleia Nacional Catalã, entidade-chave no processo soberanista desde 2012.
Resposta catalã
O presidente catalão Carles Puigdemont convocou reunião do Conselho de Segurança da Catalunha para tratar da intervenção do governo espanhol nas forças de segurança da região para esta quinta-feira (28/09).
Todas as forças e forças de segurança da Catalunha devem comparecer a reunião convocada em plena tensão por causa da proximidade do 1º de outubro, quando o referendo sobre o status da comunidade é chamado a ter lugar.
No último sábado (23/09), o Procurador Superior da Catalunha, José María Romero de Tejada, informou que todas as forças de segurança espanholas são coordenadas por um “comando único” do Ministério do Interior, o que significa a retirada de funções dos Mossos d ' Esquadra.