O fiasco da Conferência do Clima das Nações Unidas em Copenhague (CoP-15), em 2009, pode ser explicado pela ação conjunta de Estados Unidos e China que, de acordo com documento vazado pelo Wikileaks, se uniram para bloquear as tentativas de fechar um acordo para um pacote de medidas emergenciais para reduzir as emissões de gases e conter o aquecimento global do planeta.
EUA e China são os dois países mais poluidores do mundo. A China lançou na atmosfera no ano passado 6,2 bilhões de toneladas de gás carbônico, contra 5,8 bilhões dos EUA.
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Conforme mostrou um despacho da embaixada norte-americana em Pequim, a visita do senador John Kerry, chefe da Comissão de Relações Exteriores do Senado, à China em maio de 2009, teve como objetivo traçar “uma nova base de cooperação majoritária entre China e EUA na questão das mudanças climáticas”. O recado de Washington era claro: os norte-americanos poderiam entender “a resistência da China em aceitar os compromissos obrigatórios” da conferência.
Kerry se reuniu com o vice-primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, e destacou a insistência da Europa em forçar os países industrializados a reduzir as emissões, mas tranquilizou os chineses, garantindo que nada mudaria, pois junto com outras nações em desenvolvimento, a China apenas teria que dizer que “trabalharia duro para reduzir as emissões”.
De fato, após duas semanas de negociações em Copenhague, nenhum acordo com metas estipuladas numericamente, de cumprimento obrigatório, foi assinado. Tudo que se conseguiu foi um compromisso político, chamado de Acordo de Copenhague.
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