Dois dias depois de ser incluído pela organização Simon Wiesenthal no ranking dos “10 maiores antissemitas” do mundo na atualidade, o cartunista brasileiro Carlos Latuff, colaborador do Opera Mundi, diz que a entidade fez uma confusão proposital do conceito de antissemitismo para a elaboração da lista.
Carlos Latuff/Opera Mundi
“A organização é parte de um lobby poderoso e influente nos EUA para justificar ações de Israel, sendo que este estado não representa a totalidade dos judeus. Antissemitismo é uma expressão cunhada pelos nazistas para definir aqueles que têm ódio dos judeus, o que não é o meu caso”, afirmou Latuff.
[Desenho de Latuff sobre Benjamin Netanyahu foi incluído em relatório da organização]
Em entrevista concedida ao Opera Mundi neste sábado (29/12), o cartunista lembrou que o escritor José Saramago e o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter já foram classificados como antissemitas e garante que continuará “denunciando as atrocidades cometidas diariamente” pelo Estado de Israel contra o povo palestino.
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“Não se pode fazer inversão e dizer que o estado israelense é vítima dos palestinos. Israel tem um exército muito poderoso e há que se apoiar o lado mais fraco da corda.”
O cartunista também explicou a charge que foi incluída no relatório da Simon Wiesenthal. “Os ataques sempre próximos às eleições são uma questão politica, não têm relação com judaísmo. Fiz uma crítica política da forma como os votos são conquistados”, argumentou.
Antes da entrevista, Latuff já havia divulgado uma nota a respeito da lista.