O ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, ordenou neste domingo (25/12) a suspensão dos contatos de caráter “civil e político” com a Autoridade Nacional Palestina (ANP), por causa da resolução aprovada na sexta-feira (23/12) pelo Conselho de Segurança da ONU contra a política israelense de assentamentos, classificada pelo governo israelense de “vergonhosa”.
A ordem foi dada pelo ministro ao organismo do Exército que coordena as relações com a ANP e não afeta por enquanto a cooperação em matéria de segurança, informou o serviço de notícias Ynet.
Embora o meio não tenha dado detalhes de seu alcance, a decisão de Lieberman tem, a princípio, um impacto limitado, dado que ordena a interrupção dos contatos com funcionários em assuntos civis, mas não a cooperação em si, que acontece há anos através da chamada Administração Civil.
No plano político, os contatos de comandantes do Exército israelense com os palestinos é mais nominal do que prática.
A decisão é uma nova medida israelense em resposta à resolução 2334 do Conselho de Segurança, que define como ilegais os assentamentos judaicos nos territórios ocupados de Jerusalém Oriental e Cisjordânia. A medida foi aprovada na sexta-feira (23/12) por 14 votos a favor, nenhum contra e a crucial abstenção dos EUA, acusado de “deixar Israel à sua sorte” pelo governo israelense, que mostrou sua indignação com a administração do presidente Barack Obama.
O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, também ordenou suspender o financiamento israelense a quatro organismos da ONU e chamou a consultas seus embaixadores no Senegal e Nova Zelândia, dois dos quatro países que apadrinharam o projeto de resolução.
Agência Efe
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, respondeu à resolução do Conselho de Segurança da ONU com suspensão de contato com Palestina e protesto formal
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Netanyahu também suspendeu sua cooperação tecnológica em um projeto e cancelou uma visita de seu ministro das Relações Exteriores a Israel, prevista para dentro de três semanas. No caso da Ucrânia, que votou a favor da resolução -segundo o ministro israelense do Meio Ambiente, Ze'ev Elkin, “por pressões de Washington”-, Israel cancelou a visita que seu primeiro-ministro, Volodymyr Groisman, ia realizar nos próximos dias.
Além dessas ações específicas, o Ministério de Relações Exteriores de Israel convocou neste domingo (25/12) os embaixadores dos países do Conselho de Segurança da ONU com os quais têm relações diplomáticas à sede do Ministério em Jerusalém às 16h local (12h30, em Brasília) para apresentar um protesto formal.
Foram convocados diplomatas da China, França, Rússia, Grã-Bretanha, Espanha (presidente de turno do Conselho este mês), Egito, Japão, Ucrânia, Uruguai e Angola, enquanto o embaixador dos EUA não foi convocado por se abster na votação.
A Nova Zelândia e Senegal não têm embaixador in situ, e com a Venezuela e Malásia, Israel não tem relações diplomáticas. Estes quatro países apadrinharam a resolução 2334 na sexta-feira passada, depois que Egito, redator original da mesma, a retirou da mesa do Conselho por pressões de Israel.
(*) Com Agência Efe