O número de refugiados mortos no mar Mediterrâneo chegou a 366 em 2017, segundo dados publicados nesta sexta-feira (24/02) pela OIM (Organização Internacional para as Migrações). De acordo com as informações obtidas pela instituição, apesar da diminuição do número de refugiados que chegaram à Europa pelo mar, houve um aumento das mortes em comparação com o mesmo período de 2016.
Segundo a organização, 13.924 pessoas chegaram à Europa pelo mar em 2017 até o dia 22 de fevereiro, com 75% dos migrantes e refugiados chegando à Itália, enquanto o restante entrou no continente por Grécia e da Espanha. Durante o mesmo período de 2016, foram registradas 105.427 chegadas, o que representa uma redução de cerca de 86% do número de migrantes que entraram na Europa por essa região.
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OIM/Francesco Malavolta
Mediterrâneo foi a região mais letal para refugiados e migrantes em 2016, afirmam organizações
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No entanto, o número de mortes em 2017 aumentou mais de 370% em comparação com os primeiros 53 dias de 2016, período em que 97 pessoas perderam a vida tentando cruzar o Mediterrâneo, considerada a rota de migração mais letal em 2016 pela OIM e Acnur (Agência da ONU para Refugiados). No total, foram mais de 5.000 vítimas na região no ano passado.
OIM
366 pessoas morreram ou estão desaparecidas no Mediterrâneo até o dia 22 de fevereiro, afirma OIM
Do total de vítimas, 326 morreram ou desapareceram na rota central do Mediterrâneo – da Líbia à Itália. A União Europeia aprovou no começo do mês medidas de cooperação com a Líbia e países vizinhos para fechar a rota central do Mediterrâneo e “destruir o modelo de negócios de traficantes”.
Atualmente, a rota central do Mediterrâneo é a principal via de entrada de imigrantes na UE, em sua maioria através da Itália, segundo comunicado publicado pelos líderes europeus na cúpula de Malta. Segundo o presidente da Comissão Nacional para o Direito de Asilo da Itália, o governo italiano bateu o recorde de pedidos de asilo e refúgio em 2016, com 123 mil solicitações.