Dezenas de soldados somalis morreram nesta quinta-feira (08/06) em uma ofensiva do grupo extremista Al Shabab contra uma base do exército na região semiautônoma de Puntlândia, no nordeste da Somália.
No total, 61 militares foram mortos no ataque, segundo os dados oferecidos pelo órgão de imprensa dos jihadistas, Andalus, por seu porta-voz Shieh Abul Asis Abuu Muscab, enquanto o comandante de segurança da região, Dahir Guhad, afirmou à Agência Efe que 30 soldados morreram.
Como resultado dos enfrentamentos, os jihadistas asseguram ter tomado das forças governamentais o controle do município de Af-Urur, situado perto da cidade de Bosaso e nas imediações das montanhas Galgala, onde a milícia tem estabelecida uma base.
No entanto, o comandante de segurança de Puntlândia declarou que os combates entre os milicianos fundamentalistas e soldados do Exército somali ainda não terminaram.
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Soldados ugandenses são parte de contingente da força militar da União Africana que combate o Al Shabab na Somália
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A presença de grupos terroristas em Puntlândia aumentou nos últimos dois anos, após o Al Shabab criar um campo militar nas montanhas Galgala e outro grupo jihadista, filiado à rede internacional do Estado Islâmico (EI), levantar sua própria base perto da localidade de Qandala.
O Al Shabab – que em 2012 aderiu formalmente à Al Qaeda – e novas milícias armadas lutam contra as tropas do Exército somali pelo controle do território do país africano, que vive em um estado de guerra e caos desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991.
O ataque de hoje contra o exército é o segundo perpetrado nas últimas semanas por jihadistas na região Bosaso, a cidade mais povoada de Puntlândia e o seu principal foco de atividade comercial.
No último dia 24 de maio, milicianos filiados ao EI reivindicaram um atentado suicida que matou cinco pessoas nesta cidade.
Incidentes como estes demonstram que a atividade dos grupos terroristas, concentrada sobretudo no sul até agora, têm se estendido a novas regiões da Somália.
O Al Shabab controla parte do território do país e pretende instaurar um Estado Islâmico wahabista na Somália.