Atualizada em 25/08/2017 às 17:40
No dia 28 de agosto de 1850, estreia em Weimar, sob direção de Franz Liszt, a ópera Lohengrin, de Richard Wagner. Lohengrin, na história medieval germânica, era um cavaleiro do Santo Graal, filho de Parsifal. Foi enviado para resgatar a princesa Elsa de Brabante de um inesperado pretendente. Conduzido a Antuérpia por um cisne, Lohengrin salva Elsa e com ela se casa.
Elsa estava proibida de perguntar sua identidade, mas não consegue controlar sua curiosidade. Como resultado, Lohengrin é obrigado a retornar ao castelo do Graal. O cisne reaparece e revela-se que ele era irmão de Elsa. Wagner baseou-se nesta história para escrever o libretto da ópera Lohengrin. A metamorfose do cisne é também um tema da mitologia celta e de outras.
A ópera começa com a chegada do rei Henrique I da Germânia à região após a convocação de tribos alemãs para combater os húngaros. O conde Friederich de Telramund é regente do duque Gottfried de Brabante, jovem herdeiro do trono. Sua irmã é Elsa de Brabante, a virgem. Gottfried havia desaparecido misteriosamente e, coagido por sua esposa Ortrud, Telramund acusa Elsa de assassinar o irmão e exige o título do ducado para si.
Rodeada de suas damas de honra surge Elsa, que, sabendo ser inocente, declara estar disposta a se submeter ao julgamento de Deus através do combate. Eis que surge no julgamento um cavaleiro num barco puxado por um cisne. Ele aceita lutar por Elsa desde que ela nunca pergunte seu nome ou sua origem. A proposta é prontamente aceita. Telramund também concorda com o desafio para provar a palavra de sua acusação. O cavaleiro derrota Telramund num duelo, comprovando assim a proteção divina e a inocência da princesa. Poupa a vida do perdedor, declara Elsa inocente e a pede em casamento.
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O segundo ato se inicia na parte externa da catedral, à noite. Juntos, Telramund e Ortrud lamentam terem sido banidos moralmente da comunidade. Ortrud é pagã, lida com magia, e esquematiza um plano de vingança para que Elsa pergunte ao cavaleiro as perguntas proibidas. Com as primeiras luzes da manhã, Elsa aparece na sacada, vê Ortrud no pátio, lamenta sua situação e a convida para participar da cerimônia de casamento. Sem ter sido observado, Telramund retira-se do local. Ortrud começa a conspiração, argumentando que deve haver algo na vida do cavaleiro que o envergonha, algo que o faça querer negar seu passado.
Em outra cena, a população se amontoa e o arauto anuncia que o rei ofereceu o ducado de Brabante ao cavaleiro. Este recusa a oferta, desejando ser apenas conhecido apenas como “Protetor de Brabante”. Elsa e suas damas de honra estavam prestes a entrar na igreja, Ortrud aparece e acusa o cavaleiro de ser um mágico, razão pela qual ele venceu a disputa. Telramund também aparece e alega ter sido vítima de uma fraude, pois nem o nome de seu oponente sabia. O cavaleiro se recusa a revelar a identidade, dizendo que somente Elsa possui o direito de conhecer a resposta. Elsa, apesar de abalada pelas alegações de Ortrud e Telramund, assegura ao cavaleiro sua lealdade e entra na igreja.A cerimônia de casamento ocorre no terceiro ato, com os dois expressando amor mútuo. Elsa, porém, persuadida por Ortrud, rompe o pacto com o cavaleiro, fazendo-lhe as perguntas proibidas. Telramund surge para atacar o cavaleiro, mas acaba morto. Ele então pede a Elsa que o acompanhe até a presença do rei, para a revelação do mistério.
Volta-se ao cenário do primeiro ato. As tropas chegam para a guerra. O corpo de Telramund é trazido, e o cavaleiro explica ao rei o assassinato. O cavaleiro então anuncia diante de todos sua verdadeira identidade: Lohengrin, um cavaleiro do Santo Graal, filho do rei Parsifal. Revela que foi enviado pelo cálice e que aquela era hora de retornar. Acaba confessando que surgiu apenas provar a inocência de Elsa.
O cisne reaparece, indicando a ida de Lohengrin. Ele ora pela volta do irmão de Elsa, desaparecido. O cisne desaparece nas águas e reaparece na forma do jovem Gottfried, que havia sido transformado em animal pelo feitiço de Ortrud. Uma pomba aparece do céu, e assumindo o lugar do cisne, guia Lohengrin de volta para o castelo do Santo Graal.
Lohengrin é uma ópera que faz grande uso do leitmotiv, confirmando a tradição wagneriana iniciada em O Navio Fantasma (Der Fliegende Holländer). Pode-se destacar como passagens famosas o prelúdio do terceiro ato e o célebre coro e marcha nupcial que o segue (Treulich geführt), bastante utilizado nas cerimônias de casamento contemporâneas.