O partido italiano de extrema-direita Liga Norte reafirmou neste sábado (12/11) que deve romper com o governo caso a próxima composição oficial represente um governo “técnico” sob a liderança de Mario Monti, o mais cotado para o cargo de primeio-ministro da Itália.
“A nossa posição é clara, vamos esperar o que o PdL (Povo da Liberdade, legenda majoritária a qual pertence o premiê demissionário Silvio Berlusconi) vai fazer”, afirmou um dirigente do partido após uma reunião do grupo na Câmara dos Deputados.
O ministro do Interior, Roberto Maroni, da Liga Norte, assinalou que, na próxima segunda-feira “provavelmente haverá um novo governo e a Liga não fará parte dele. Nem eu”.
Desde o início das pressões contra Berlusconi para ele renunciar ao cargo, a Liga Norte defende a dissolução do Parlamento e a convocação, por parte do presidente Giorgio Napolitano, de novas eleições. Maroni, hoje, reafirmou essa posição.
“Deve-se ir às eleições, isso é a democracia. A democracia não é só mais um exercício inútil. Pensava-se diferente em outras épocas que, por sorte, passaram. Na Espanha, elogiou-se o governo [de José Luis Rodríguez] Zapatero porque ele anunciou sua saída e ocorrerão as eleições. As eleições são a solução de todos os problemas, isso tem sido sublinhado repetidamente a Berlusconi. Porque não deve ser assim aqui?”, questionou.
O ministro do Interior observou ainda que, caso o PdL esteja no próximo governo e a Liga, fora, “estará em crise uma associação iniciada em 1994, e não será tão evidente que possamos voltar a ficar juntos. Silvio Berlusconi sabe bem disso”.
Maroni argumentou que, na confirmação de um governo técnico, a Liga fará oposição no Parlamento, uma vez que acha “perigoso” haver oposição apenas nas ruas. “É um risco muito alto”, observou, recordando-se dos confrontos ocorridos em 15 de outubro, quando os “indignados” italianos aderiram a um chamado mundial para protestar contra a crise.
Uma manifestação foi convocada para este sábado pela central sindical CGIL (Confederação Geral Italiana do Trabalho) e outros movimentos populares contra Berlusconi e sua política.
O secretário geral da CGIL da região da Lombardia, Nino Baseoto, afirmou que o objetivo da passeata é “tirar aqueles que falharam no governo do país”.
“O novo governo deve aprovar medidas para tirar a Itália da crise, mas também [deve ser] capaz de garantir igualdade e justiça social. É preciso que todos paguem, não só os que pagaram neste ano, [que foram] os trabalhadores, os aposentados e, em parte, as empresas”, avaliou.
Também participa do protesto o prefeito de Milão, Giuliano Pisapia, o intelectual Moni Ovadia e o jurista Vittorio Angiolini, que disse estar entusiasmado “porque poderia ser a última manifestação com Berlusconi no governo”.
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