A Justiça da Itália condenou o bilionário suíço Stephan Schmidheiny e o barão belga Louis de Cartier a 16 anos de prisão cada um por permitirem que operários das fábricas italianas da multinacional Eternit manuseassem amianto sem as devidas medidas de segurança.
Os dois foram condenados pela morte de 2.100 pessoas e pelo prejuízo na saúde de outras 800 nas fábricas da empresa.
Schmidheiny, de 64 anos, era um dos principais acionistas da Eternit Itália entre 1976 e 1986, enquanto Cartier, de 90 anos, gerenciava a empresa no começo da década de 1970.
A Promotoria havia pedido 20 anos de prisão para cada, mas, mesmo assim, o procurador Raffaele Guariniello avalia que “o que terminou hoje é um julgamento histórico, o maior do mundo na história da segurança no trabalho”.
A ativista brasileira Fernanda Giannasi, de 54 anos, declarou que torce para que esta sentença “inspire também os juízes do Brasil”.
“Há trinta anos que combatemos o amianto”, conta. “Todos os estados brasileiros deveriam proibi-lo. As vítimas serão ressarcidas. E os culpados devem ir para a cadeia”, defende Giannasi. O Brasil já sediou uma das sedes mais importantes da Eternit e é um dos maiores mercados consumidores de amianto no mundo.
Vítimas do manuseio industrial da substância em outros países esperam que o julgamento italiano abra um precedente em seus casos.
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