Centenas de afegãos foram às ruas da capital Cabul para protestar contra a queima de exemplares do Alcorão, o livro sagrado do Islã, na maior base dos Estados Unidos no país. As manifestações, que já duram dois dias, deixaram pelo menos 11 pessoas feridas após confrontos com a polícia local.
“Temos 11 feridos nos protestos de hoje em Cabul que foram levados para os hospitais. Dois dos manifestantes estão em situação crítica”, afirmou o porta-voz do Ministério de Saúde do Afeganistão.
De acordo com informações apuradas pela Agência Efe, os feridos teriam sido atingidos com pedradas. A imprensa local, no entanto, divulgou que a polícia chegou a atirar contra os manifestantes para conter o protesto.
Os protestos se concentraram em frente e ao redor da base americana de Bagram. A revolta surgiu depois que exemplares do Alcorão foram encontrados queimados no lixo da base por funcionários afegãos.
A ação, considerada um grave insulto pelos afegãos, fez com que o chefe da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no país, John Allen, pedisse desculpas às autoridades e ao povo afegão.
Allen disse que não se tratou de uma “ação proposital” e disse que será instaurada uma investigação para determinação as causas do incidente.
Além de protestos na capital, ocorreram manifestações também nas cidades de Jalalabad e Herat, pelo mesmo motivo. Em março do ano passado, um pastor evangélico norte-americano queimou um exemplar do Alcorão em uma igreja da Flórida.
A ação gerou protestos furiosos no Afeganistão e provocou a morte de 20 pessoas, incluindo sete funcionários da ONU (Organizações das Nações Unidas). Os EUA pretendem retirar todas as suas tropas do país até 2014.
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