Atualizada em 06/03/2018 às 10:20
No dia 6 de março de 1836, cinco mil soldados mexicanos, sob o comando do general Antonio Lopez de Santa Anna, tomam o Forte Álamo após sangrentos combates. O forte era defendido por 187 homens e todos eles sucumbiriam após tirar do combate cerca de 1,5 mil inimigos.
O Texas era originalmente uma província do México. Aos seus quatro mil “tejanos” de origem hispânica, contudo, vieram se juntar não menos que 16 mil colonos norte-americanos acompanhados de cinco mil escravos negros.
Os novos habitantes se intranquilizam com a intenção do governo mexicano de abolir a escravidão. Em 1834, o general Antonio Lopez de Santa Anna envia destacamentos armados ao Texas para fazer respeitar sua autoridade. Alguns deles são desarmados pelos colonos, que chegam a proclamar sua autonomia sob o comando de Sam Houston.
Estava declarada a guerra. Em 10 de dezembro de 1835, 1,2 mil soldados mexicanos rendem-se diante de 550 texanos perto de San Antonio, no coração do território.
Santa Anna, que se considerava o “Napoleão do Novo Mundo” não se contém. À frente de seu exército, resolve submeter os rebeldes de uma vez por todas. Enquanto isso, ao norte, Sam Houston reúne um exército e prepara a resposta. O coronel William Travis e outros 160 homens escolhem, não sem imprudência, se estabelecer num antigo forte perto de San Antonio e ali aguardar a chegada dos mexicanos.
O forte, situado no lugar de uma antiga missão, comportava apenas três redutos. Com a finalidade de servir para a resistência, alguns abrigos subterrâneos, bem como uma igreja, eram cercadas por uma modesta muralha de três metros de altura.
Na manhã de 23 de fevereiro, os defensores percebem uma agitação febril entre os habitantes do local, muitos dos quais preparavam a fuga. À tarde, chega a confirmação de que o exército mexicano marchava contra eles. Desde a véspera, Santa Anna se recusara a qualquer negociação e decide bombardear o forte.
Os sitiados logo compreendem que não haveria prisioneiros e que todos seriam mortos. Travis faz passar ao exterior um “apelo às armas para conhecimento do povo do Texas e de todos os americanos”. Todos os seus homens decidem permanecer custe o que custar. Dois dias mais tarde, teriam a satisfação de receber algumas dezenas de voluntários do Texas e do Tennessee. Entre eles, lendários caçadores aventureiros, originários do Kentucky : Davy Crockett e Jim Bowie.
Esses magros reforços não alteram em nada o desequilíbrio de forças. Durante alguns dias, os mexicanos bombardeiam o forte sem deixar um momento sequer de respiro a seus ocupantes. Na manhã de 6 de março, por fim, transpõem a muralha às escondidas, surpreendendo a guarnição enquanto dormia.
Quando soa o alerta, todos se precipitam ao combate. Travis é um dos primeiros a ser abatido. Superados, os sobreviventes seguiam combatendo dentro dos abrigos subterrâneos. Ninguém escapou. O corpo a corpo se interrompe ao cabo de uma hora. Os cadáveres dos vencidos são queimados em três fogueiras.
NULL
NULL
Reeditando a façanha de Leônidas nas Termópilas, os defensores do Forte Álamo permitiram aos texanos ganhar a liberdade ao reter o exército mexicano de 24 de fevereiro a 6 de março.
Enquanto isso, em 2 de março, o Texas proclamava oficialmente sua independência. Retomando a marcha, o exército de Santa Anna força a rendição de 400 texanos perto de Golias. Todos são fuzilados. A sorte muda de lado, contudo, em San Jacinto.
Em 21 de abril, os mexicanos, esgotados, são surpreendidos por 900 texanos sob o comando de Sam Houston. Aos gritos de “Vingança por El Alamo”, tiram Santa Anna de sua «siesta» e matam 600 homens que compunham suas tropas. Santa Anna, coagido, evacua o Texas e reconhece sua independência. Sam Houston torna-se o primeiro presidente da nova república.
Alguns anos depois, em 1º de março de 1845, o Texas obtém admissão dos EUA, tornando-se o 38º estado da federação e conservando o direito de praticar a escravidão.
A anexação desencadeia o protesto do México. Os EUA valem-se desse pretexto para entrar em guerra contra o vizinho. Vencedores tomam, pelo tratado de Guadalupe-Hidalgo, de 2 de fevereiro de 1848, outros vastos territórios como a Califórnia e o Novo México.