A reeleição de Barack Obama nos Estados Unidos não facilitará uma melhora das relações entre Teerã e Washington, afirmou nesta quarta-feira (07/11) o chefe do Poder Judiciário do Irã, aiatolá Sadeq Amoli Larijani. O candidato democrata bateu nas urnas o republicano Mitt Romney.
“A relação com os EUA não é simples e, após muitas pressões e crimes contra o povo iraniano por parte dos norte-americanos, não é possível estabelecer uma melhor relação da noite para o dia”, disse Larijani em declarações à agência oficial Irna.
De acordo com Larijani, os norte-americanos não devem acreditar que por participar de uma mesa de negociação com o Irã podem fazer chantagem. “Há quatro anos, Obama, com palavras de ordem sobre mudança, ofereceu colaboração ao Irã, mas na prática atuou de outro modo e impôs durante este período sanções sem precedentes”, lamentou.
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Por este motivo, manifestou sua desconfiança em que ocorram mudanças na política de Obama em seus próximos quatro anos de mandato e advertiu que “o povo iraniano jamais esquecerá os crimes cometidos pelos EUA”.
Ameaças
As relações com o Irã serão uma questão importante da política internacional de Obama, que até agora se concentrou em reforçar as sanções a Teerã por seu programa nuclear, que Washington acusam de ter uma vertente armamentista, enquanto os iranianos afirmam que é exclusivamente civil e pacífico.
Autoridades norte-americanas, assim como o governo de Israel, ameaçaram atacar o Irã se não frear o programa nuclear. Em resposta às ameaças, Teerã diz que dará uma resposta contundente a qualquer possível agressão. Um eventual confronto bélico na região do Golfo Pérsico poderia ter consequências imprevisíveis em uma área de importância estratégica para o mundo por sua produção de hidrocarbonetos.
Desde o triunfo da Revolução Islâmica e a criação da República Islâmica, em 1979, sob a liderança do aiatolá Ruhollah Jomeini, Washington e Teerã não mantêm relações diplomáticas e se consideram inimigos.