O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, morreu após um acidente de helicóptero nesta segunda-feira (20/05). O helicóptero havia desaparecido na manhã do último domingo (19/05), após fazer um pouso forçado em uma região montanhosa de difícil acesso, no noroeste do país, próxima às fronteiras com Armênia e Azerbaijão, segundo informou o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC). Confira quem foi Raisi e suas conquistas durante a presidência:
Ebrahim Raisi foi eleito presidente do Irã nas eleições gerais em 2021, aos 61 anos. Durante seu mandato, o país restabeleceu relações diplomáticas com a Arábia Saudita sem usar mediação ocidental.
Além da Arábia Saudita, a República Islâmica conseguiu restaurar e desenvolver as relações diplomáticas com o Kuwait, Egito, Líbia, Sudão, Djibuti e Maldivas.
O país também melhorou seus laços com a Rússia, atingindo um novo patamar tanto na cooperação político-militar quanto no intercâmbio comercial: o volume de negócios entre Moscou e Teerã cresceu para US$ 4 bilhões (R$ 20,4 bilhões); além disso entre os dois países foi adotado o regime de isenção de vistos para turistas.
Assim, Teerã desdolarizou e expandiu seus laços econômicos com Moscou e Pequim. Além disso, foi durante o seu mandato que o Irã se tornou membro de pleno direito do BRICS.
Entre as conquistas da República Islâmica durante a presidência de Raisi, vale destacar que o país se tornou membro de pleno direito da Organização para a Cooperação de Xangai (OCX) e integrou sua economia na União Econômica Eurasiática (UEE).
Além disso, o Irã conseguiu cobrar a dívida do Reino Unido de £400 milhões (R$2,59 bilhões) pelo contrato de fornecimento de tanques Chieftain revogado em 1979. Teerã maximizou a produção de petróleo, superando até mesmo o nível anterior às sanções: 3,4 milhões de barris por dia.
Entre os acontecimentos mais recentes, em abril passado, foi durante a presidência de Raisi que o Irã efetuou sua primeira operação em larga escala contra Israel, lançando ataques de foguetes a partir de seu território em meio à ofensiva israelense na Faixa de Gaza.
À época, Raisi declarou que a ação de “ataque a algumas bases militares do regime ocupante [de Israel]” foi “bem sucedida” e correspondeu à “legítima defesa do Irã”.
A ação foi considerada uma retaliação contra a destruição da embaixada do Irã em Damasco, na Síria, ocasionada por um atentado explosivo promovido por Israel no dia 1º de abril, que resultou na morte de alguns altos oficiais militares iranianos, entre eles o general Mohammad Reza Zahedi.
(*) Com Sputnik