Atualizada às 10:30
Agência Efe (20/06/11)
O chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Fereydoun Abbasi, declarou nesta terça-feira (18/12) que o país continuará com o processo de enriquecimento de urânio a 20% de pureza enquanto considerar necessário. A resposta negativa de Teerã às exigências de potências ocidentais, lideradas pelos Estados Unidos, sinaliza que as próximas negociações para terminar com o conflito sobre o programa nuclear podem não avançar.
(Abbasi durante uma reunião de alto nível da AIEA, em Viena, para debater o futuro da segurança nuclear depois do vazamento radioativo no complexo atômico de Fukushima)
O grupo demanda que o governo iraniano encerre o processo de enriquecimento de urânio a 20% de concentração por temer a produção de bombas nucleares. Atendendo a preocupações de segurança dos EUA e Israel, esses líderes impuseram sanções ao país, que prejudicaram, em larga, escala a economia e o orçamento público.
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Teerã nega que tenha a intenção de produzir armamento nuclear e defende o enriquecimento de urânio para fins medicinais e energéticos. “A produção de urânio enriquecido a 20% para o Reator de Pesquisa é do direito da nação iraniana e nós vamos defender esse direito”, afirmou Abbasi nesta terça-feira (18/12) segundo agências oficiais do país.
Carlos Latuff / Opera Mundi
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As autoridades do país argumentam que por ser signatário do TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear) e membro da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), o Irã tem direito de desenvolver e adquirir tecnologia nuclear para fins pacíficos e civis.
“O enriquecimento não é um tema para as potências ocidentais concordarem, discordarem ou se posicionarem”, acrescentou Abbasi.
O líder da agência nuclear do país afirmou que não acredita que as negociações com o P5+1 (Reino Unido, China, França, Rússia, EUA e Alemanha) sobre o programa nuclear iraniano terão avanços. O grupo deve convocar uma reunião com autoridades iranianas nas próximas semanas para discutir o assunto.
“Dado as declarações que os representantes do P5+1 realizaram no encontro do Conselho de Governadores da AIEA, aparentemente, sua posição anterior em relação ao Irã não mudou”, afirmou ele.
Fins pacíficos ou militares?
O programa nuclear iraniano foi anunciado em fevereiro de 2003 pelo então presidente, Mohamed Khatami, que revelou a existência da instalação de Natanz e convidou a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) para visitá-la.
Desde então, políticos norte-americanos e europeus desconfiam dos fins pacíficos do programa e afirmam que o governo do Irã deseja desenvolver armas nucleares. França, Reino Unido, Alemanha e os EUA conseguiram aprovar no Conselho de Segurança seis pacotes de sanções contra o país de 2006 até os diais atuais. A União Europeia e diversos países, incluindo os EUA, também realizam bloqueios contra o país.
As receitas provenientes do petróleo do Irã caíram 50% desde o último mês de março por conta das sanções, de acordo com informações de Teerã divulgadas neste domingo (16/12).
O ministro da Economia iraniana, Shamsedin Hosseini, acrescentou que, entre 20 de março de 2012 e 19 de março de 2013, os cofres do Estado iraniano receberão apenas dois terços da receita que as autoridades esperavam, apesar do que, “com uma boa gestão, não teremos problemas para pagar salários e contas”.
A AIEA faz visitas constantes ao Irã com a finalidade de acompanhar o desenvolvimento de seu programa nuclear, de modo a produzir diversos relatórios sobre o caso. Em todos estes documentos, a agência afirmou que não pôde verificar indícios de fabricação de armas nucleares.