O enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, prometeu, nesta terça-feira (25/12) em Damasco, aos líderes da oposição que tenta derrubar o regime de Bashar al Assad, que continuará trabalhando para conseguir um consenso entre as partes internacionais envolvidas no conflito.
Hassan Abdelazim, presidente do principal grupo opositor dentro do país, o CCN (Conselho de Coordenação Nacional), por telefone que ficou “mais tranquilo” após uma reunião hoje com Brahimi na capital libanesa. Também participaram do encontro, que durou uma hora, outros três membros do CCN e dois da Conferência para a Salvação da Síria.
“A crise é muito complicada porque a solução não está só nas mãos dos sírios, há muita partes envolvidas e é um assunto internacional”, declarou Abdelazim.
O mediador comunicou aos opositores que assim que retornar a Genebra, continuará com seus esforços tanto com russos quanto com norte-americanos.
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Segundo fontes diplomática, a visita de Brahimi tem como objetivo apresentar ao presidente Bashar al Assad, com quem se reuniu na segunda-feira (24), uma série de propostas de EUA e Rússia que visam a formação de um governo de transição. Essas propostas incluem a formação de um Executivo composto por ministros que não pertençam nem à confissão alauita, professada pelo presidente, nem aos sunitas radicais.
Além disso, estipula que Assad continue no poder até a segunda metade de 2013, mas sem que tenha direito a se candidatar à próxima eleição presidencial, prevista para 2014. Brahimi pediu hoje aos opositores que lhe relatassem o que aconteceu na Síria desde a última reunião que tiveram, há quase dois meses.
“Nós explicamos que a situação vai de mal a pior e que a violência aumentou tanto por parte das forças do regime como da oposição armada”, declarou Abdelazim, que destacou o aumento do número de mortos e feridos, e o fato de que há cidades inteiras destruídas.
“Sentimos que (Brahimi) insiste em seu trabalho e negou que esteja pensando em renunciar ao cargo. Ele é ciente do sofrimento do povo sírio, mas não se desespera porque continuará com seus esforços, embora tenha avançado até agora muito lentamente e não possa anunciar resultados”, ressaltou.
O opositor revelou que Brahimi tem intenção de permanecer na Síria até o próximo domingo para seguir com seus contatos.
(*) com agências de notícias internacionais