O governo boliviano negocia um possível investimento conjunto com o Peru para habilitar dois portos peruanos no oceano Pacífico. A iniciativa visa reorientar a saída das exportações, de acordo com o ministro de Obras Públicas, Vladimir Sánchez.
Segundo ele, o objetivo é fazer investimentos significativos nas baías de Matarani e Ilo. “Vamos solicitar que [o investimento] seja conjunto, de bolivianos e peruanos. É uma decisão que já foi tomada”.
O vice-presidente boliviano, Alvaro García Linera, já havia adiantado, na última quarta-feira (13/02), planos de reorientação de uma estrada e da via férrea interoceânica para conectar o país a portos peruanos, visando o escoamento dos produtos bolivianos destinado à exportação.
García Linera falou da importância que os mercados asiáticos teriam para o país, sobretudo a China, o Vietnã, a Coreia do Sul e o Japão, motivo pelo qual é necessário procurar um terminal marítimo com grande capacidade.
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Sánchez destacou que um estudo básico está sendo realizado para a construção de um trem interoceânico de via dupla que ligará a Bolívia com o Brasil e o Peru, a partir do oeste. “Com o novo trem interoceânico, o volume de cargas transportadas será gigantesco”, afirmou.
De acordo com o ministro, a construção do primeiro trecho da ferrovia começará no final deste ano. O segmento férreo conectará a localidade de Bulo Bulo a Montero e permitirá a exportação da planta de ureia e amoníaco produzida em Cochabamba. O investimento para a primeira das três fases da obra é de cerca de 2,5 bilhões de dólares, destacou Sánchez.
A Bolívia, no entanto, mantém sua reivindicação de uma saída marítima soberana para o Pacífico, através do Chile, assunto sobre o qual o presidente Evo Morales insiste que não baixará a guarda.
Durante a Guerra do Pacífico contra o Chile, iniciada em 14 de fevereiro de 1879, a Bolívia perdeu 400 quilômetros lineares na costa oceânica, além de 120 mil quilômetros quadrados de território, boa parte rica em minerais e outros recursos naturais.