O Banco Mundial, o Pnud (Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento) e o governo brasileiro firmaram nesta terça-feira (05/03) um acordo pelo qual programas sociais que tiraram 40 milhões de brasileiros da pobreza farão parte da “Iniciativa de Conhecimento e Inovação para a Redução da Pobreza” e serão recomendados como referência a outros países emergentes.
Para o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, o Brasil “descobriu o ‘Santo Graal’ da inclusão social” e “dá lições de solidariedade com seus programas sociais”, que integraram a distribuição de renda com promoção de empregos e melhoras na saúde, educação e infraestrutura.
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O sul-coreano afirma que o país é a prova de que o crescimento econômico “é importante”, mas mais ainda quando é acompanhado de ascensão social, considerada “crucial” para impedir a instabilidade e fazer com que um melhor desempenho econômico beneficie toda a sociedade – em especial, os mais pobres.
Segundo o acordo, a experiência brasileira será reconhecida em um banco de dados que o Banco Mundial e o Pnud divulgarão aos países como um “modelo a se imitar” e que terá assessoria técnica do governo brasileiro.
Em coletiva de imprensa, Kim destacou também a desaceleração da economia do Brasil em 2012, cujo crescimento foi de 0,9%. Ainda assim, afirma que isso “teve mais a ver com aspectos externos que internos”. “Pensamos que haverá uma recuperação para este ano”, afirmou o presidente, que concorda com a estimativa de que o país crescerá cerca de 3,5% em 2013. “Acreditamos na recuperação e que os investimentos atuais, sobretudo na área de infraestrutura, formarão a base para retomar o crescimento”, acrescentou.
As bases do programa em questão se concentram no plano “Brasil sem miséria”, anunciado pela presidente Dilma Rousseff em 2011. A medida agrupa e amplia diferentes projetos de apoio à população de baixa renda implantados desde 2000, durante os governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. O plano abrange assistências na educação, saúde e moradia tanto no centro urbano, quanto no campo.
Kim iniciou sua visita ao Brasil nesta segunda-feira (04/03), na Bahia, e se encontrou em Brasília com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, com quem discutiu a possibilidade de cooperar na criação de um novo indicador vinculado a títulos públicos emitidos pelo país. Já o encontro previsto com Dilma foi cancelado por problemas de agenda.
* Com informações de El País