O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina) Mahmud Abbas aceitou neste sábado (13/04) a renúncia do primeiro-ministro Salam Fayyad, anunciou a agência de notícias palestina Wafa.
Abbas aceitou a renúncia de Fayyad, muito criticado por setores da ANP, mas pediu que ele permanecesse à frente do governo à espera da formação de um novo gabinete, indicou à AFP um conselheiro de Abbas, que não quis se identificar.
Agência Efe/ANP
O premiê Salam Fayyad, que pediu renúncia, e o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, em encontro neste sábado
O novo primeiro-ministro deverá ser anunciado nos próximos dias, de acordo com fontes palestinas.
Fayyad, de 61 anos, já havia expressado a sua intenção de deixar o cargo, depois de cinco anos de tentativas frustradas de criar um Estado palestino soberano.
“Fayyad assegurou que não permanecerá à frente do governo, mesmo que o peçam”, afirmou à AFP um membro do governo palestino.
Fayyad estava no cargo desde meados de 2007. O político de 61 anos de idade concentrou seus esforços no desenvolvimento das bases de um Estado palestino independente.
Abbas e Fayyad estavam em uma disputa cada vez mais acirrada sobre a extensão da autoridade do primeiro-ministro.
As divergências entre Abbas e Fayyad aumentaram com a renúncia, no dia 2 de março, do ministro das Finanças, Nabil Qasis, aceita pelo primeiro-ministro, mas rejeitada pelo presidente.
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Na semana passada, o Conselho Revolucionário do movimento nacionalista Fatah, de Abbas, criticou “a política do governo palestino (de Fayyad) marcada pela improvisação e confusão em vários assuntos econômicos e financeiros”.
Antes da nomeação de Qasis, em maio de 2012, a pasta das Finanças estava nas mãos de Fayyad, um independente, que a exercia em paralelo a suas funções como chefe de governo.
Fayyad, apresentou sua renúncia na quinta-feira, mas Abbas não tinha respondido até este sábado.
Sua saída pode significar problemas para Abbas. Fayyad, economista formado no Ocidente, é respeitado nos círculos internacionais, e esperava-se que ele desempenhasse um papel-chave nos esforços dos EUA para relançar as negociações de paz.
Como parte desse esforço, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, afirmou que planejava anunciar nos próximos dias uma série de medidas para impulsionar a economia da Cisjordânia. Fayyad, ex-funcionário do FMI (Fundo Monetário Internacional) com experiência em desenvolvimento, seria central para supervisionar esses projetos.
(*) com agências de notícias France Presse e Associated Press