O site Google, principal ferramenta de busca na Internet, trocou nesta sexta-feira (03/05) o termo “territórios palestinos” por “Palestina” em sua página inicial dirigida a usuários palestinos. Antes da mudança, quem acessava o endereço “www.google.ps” era recebido com o termo antigo escrito à direita e abaixo do logotipo da empresa.
A mudança segue decisão da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) que, no último mês de novembro, aprovou uma resolução que confere ao povo palestino o estatuto de membro observador da entidade (138 votos a favor e nove contra), apesar da contrariedade de Estados Unidos e Israel – os dois países defendem que a criação do Estado palestino só pode ocorrer mediante um acordo direto com os israelenses.
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A empresa não faz, até agora, qualquer comentário sobre a alteração. No entanto, as repercussões da mudança, mesmo que discreta e apenas semântica, já causaram repercussão. O site Palestine News Network reparou na mudança e escreveu que o Google “passou a reconhecer” o Estado palestino.
Já o escritor e ativista Reza Aslan, de dupla nacionalidade iraniana-norte-americana, professor na Universidade Drew, no estado de Nova Jersey, escreveu: “Quem é que precisa da ONU? O Google reconheceu a Palestina”.
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Para Elias Groll, editor da revista norte-americana Foreign Policy, escreve que “a mudança é, obviamente, mínima”, mas salienta que, “no contexto político do Médio Oriente, a decisão do Google pode ser interpretada como uma vitória pelos defensores de um Estado palestino”.
Essa não é a primeira vez que o Google se encontra em uma disputa geopolítica. Em 2010, durante uma disputa territorial entre Nicarágua e Costa Rica, um militar nicaraguense citou uma demarcação de fronteira no Google Maps para justificar uma intervenção na região. E, na China, a empresa foi censurada por longo período em uma disputa contra o governo sobre o tema da censura.