O governo turco disse nesta segunda-feira (17/06) que pode utilizar as Forças Armadas para dar um fim aos protestos no país caso a atuação da polícia não seja suficiente, anunciou o vice-primeiro-ministro, Bullent Arinç. “O que se requer de nós é acabar com os protestos que forem ilegais. A polícia está atuando e se não for bastante temos a Gendarmaria. E se não bastar, temos as Forças Armadas. A lei nos dá essa autoridade”, disse Arinç em entrevista televisionada.
Em suas declarações à televisão A Haber, Arinç defendeu a atuação policial e disse que os agentes exercerão toda a autoridade da qual dispõem. Ele afirmou que os críticos são os responsáveis por atos de vandalismo. Além disso, expressou que a onda de protestos que começou há três semanas para defender o parque Gezi, em Istambul, tornou-se ilegal e que as manifestações serão dissipadas e serão iniciados processos judiciais contra seus responsáveis.
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“Acho que as inocentes manifestações que começaram há 20 dias terminaram completamente”, afirmou em relação à ocupação do parque Gezi por milhares de pessoas para evitar sua urbanização. O parque foi desalojado a força no sábado passado e hoje permanece proibido a entrada no local.
Greve
Dois dos maiores sindicatos turcos convocaram uma greve geral para hoje, um dia após mais de 500 pessoas terem sido detidas. O ministro do Interior da Turquia, Muammer Guler, avisou que as manifestações serão reprimidas. Segundo ele, a paralisação é ilegal. “As forças da ordem não vão permitir essas ações”, ressaltou.
Os confrontos entre os manifestantes e a polícia em várias cidades da Turquia provocaram quatro mortes e mais de 5 mil feridos, além de 500 detidos. Os sindicatos dos representantes dos operários, Disk, e dos funcionários públicos, Kesk, representam cerca de 70 mil pessoas. “É impossível compreender a insistência em manter as manifestações”, disse o ministro.
As organizações sindicais pretendem promover manifestações nas principais ruas de Istambul e depois concentrar o protesto na Praça Taksim, na parte europeia da cidade.
* Com informações da Agência Efe e Lusa