A manchete do Washington Post na manhã desta terça-feira (06/08) noticiava o “fim de uma era”. Hoje, as notícias e reportagens – que colocaram o jornal como um dos mais importantes dos EUA – deram lugar a um texto de despedida, ou “até logo”, como a editora do jornal, Katharine Weymouth, preferiu dizer.
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O tradicional The Washington Post e os outros jornais sob propriedade da empresa The Washington Post Company foram comprados pelo fundador da Amazon, Jeff Bezos, em um negócio de 250 milhões de dólares (cerca de 500 milhões de reais). O jornal está agora oficialmente “sob nova direção”, como o próprio Bezos classificou o atual momento. O negócio, no entanto, foi feito pessoalmente pelo empresário e não pela Amazon.
Agência Efe
Capa do Washington Post desta terça-feira (06)
O jornal, que foi fundado em 1887, estava nas mãos da mesma família há 80 anos. Em carta aos funcionários, Bezos, que tem 49 anos e é o diretor-executivo da Amazon, explicou que vai manter-se afastado da gestão e que os cargos de administração e de direção continuarão ocupados pelos mesmos profissionais.
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Segundo informações da imprensa europeia, na última apresentação de resultados, a empresa que administra o Washington Post comunicou que a divisão de jornais teve no segundo trimestre deste ano prejuízos de 14,8 milhões de dólares, uma subida face aos 12,6 milhões do mesmo trimestre de 2012.
Agência Efe
Jeff Bezos, novo dono do Washington Post, é considerado um dos homens mais ricos do mundo
A empresa também administra uma TV a cabo e televisões de sucursal, bem como um negócio de testes e preparação para exames – todas estas divisões são lucrativas. Em entrevista à imprensa, Bezos afirmou que não tem um plano definido para o futuro do Post em uma era em que os jornais se debatem com um problema de modelo de negócio.
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“Isto será território por explorar e vai ser preciso experimentação”, afirmou o empresário, garantindo, no entanto, que “compreende o papel crucial” do jornal em Washington e nos Estados Unidos. “Os valores do Washington Post não vão mudar”, afirmou.
Jeff Bezos – que fundou a Amazon na própria casa, com um empréstimo de 300 mil euros concedido pelos pais, e a transformou num gigante de vendas online – tem, segundo a revista Forbes, a 19.ª maior fortuna do mundo, estimada em 25 bilhões de dólares.