O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) encerrou sem consenso a reunião de emergência convocada ontem (21/08) para discutir o possível ataque com armas químicas na Síria. A França, se antecipando ao debate, defendeu hoje (22) o uso da força para resolver o conflito caso sejam comprovadas as denúncias de que o governo de Bashar al-Assad realizou um ataque com gás sarin na periferia de Damasco.
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“Teria de haver uma reação com força na Síria por parte da comunidade internacional, mas ainda há dúvida sobre o envio de tropas ao terreno”, disse o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, em entrevista à mídia local.
Agência Efe
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A ONU, no entanto, pede para que a comunidade internacional tenha cuidado ao analisar a situação. O alerta da oposição síria sobre utilização de armas químicas foi feita no mesmo dia que a comissão de Direitos Humanos da ONU visitava o país. Mesmo com parte da imprensa internacional reproduzindo maciçamente imagens de crianças e adultos sufocados por um suposto ataque, não há até o momento nenhuma confirmação oficial – técnica e científica – do incidente; o governo também nega a utilização do gás sarin.
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“Posso dizer que há grande preocupação entre os membros em relação às denúncias um sentimento generalizado de que é preciso esclarecer o que ocorreu”, disse a representante argentina e atual presidente em funções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, María Cristina Perceval, depois de quase três horas de reunião.
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Segundo informações da imprensa europeia, o chefe do Estado-Maior norte-americano, general Martin Dempsey, descartou a possibilidade de intervenção militar na Síria. Segundo ele, a medida não faz parte dos interesses dos Estados Unidos. O general Dempsey justificou que a oposição síria não apoia os interesses norte-americanos.
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Em correspondência destinada ao deputado democrata Eliot Engel, Dempsey referiu-se à militarização da oposição síria e ao peso dos grupos armados extremistas. “Considero que o campo que escolhemos (apoiar) deve estar preparado para promover os nossos interesses”, disse o general. Segundo ele, os Estados Unidos podem destruir a aviação síria. “Isso não seria decisivo no terreno militar e nos envolveria no conflito”, acrescentou.
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Na semana passada, Dempsey visitou Israel e a Jordânia, países que fazem fronteira com a Síria. Para ele, uma intervenção militar norte-americana geraria impactos nos aliados e parceiros “menos seguros”. Desde o início do conflito, em março de 2011, os Estados Unidos fornecem ajuda não militar à oposição e apoio humanitário à população civil.