Os ativistas do Greenpeace, detidos nas águas do Oceano Ártico na Rússia quando tentavam escalar uma plataforma de petróleo, foram transferidos nesta quarta-feira (25/09) para diversas prisões após serem interrogados até altas horas da madrugada, disse à Agência Efe a representante da ONG na Rússia, Maria Favorskaya.
Após serem transferidos no final da noite de ontem para as dependências do Comitê de Instrução russo na cidade de Murmansk para interrogatório, os 30 membros da tripulação do “Arctic Sunrise”, entre eles a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, devem ser “levados para prisões preventivas” da cidade, confirmou à agência Interfax uma fonte das forças de segurança russas.
Os interrogatórios duraram até a madrugada de hoje, em uma ação que vai contra a lei que estabelece que os procedimentos devem ser feitos somente até as 22h, disse Maria.
Segundo o Greenpeace, entre 1h e 2h da manhã, os quase 30 ativistas da ONG foram transferidos para várias prisões de Murmansk e de outras cidades próximas do principal porto no Ártico russo.
O porta-voz do Comitê de Instrução, Vladimir Markin, confirmou às agências russas sobre a prisão da tripulação do navio da ONG e assegurou que até agora foram interrogados três ativistas russos.
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Os cidadãos estrangeiros serão interrogados depois que forem disponibilizados tradutores e advogados, assegurou Markin.
A ONG internacional revelou ontem que os ativistas detidos na quinta-feira passada a bordo do navio do Greenpeace “Arctic Sunrise” são de 17 países diferentes: Brasil, Rússia, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, República Tcheca, Polônia, Turquia, Finlândia, Suécia e França.
Após serem detidos nas águas do Ártico, os ativistas do Greenpeace estiveram sob custódia por cinco dias a bordo do navio.
Na última quinta-feira, a guarda de fronteiras russa abriu fogo de advertência contra o “Arctic Sunrise” e depois deteve o navio, após a ação de vários ativistas que saíram em lanchas rumo à plataforma de petróleo da empresa russa Gazprom. Os ambientalistas pretendiam escalar a plataforma em protesto contra a exploração petrolífera no Ártico.
A Gazprom planeja começar a produção de petróleo nessa plataforma no primeiro trimestre de 2014, o que, segundo a ONG, aumenta o risco de um vazamento de petróleo em uma área que contém três reservas naturais protegidas pela própria legislação russa.