A FIFA (Federação Internacional de Futebol) confirmou nesta sexta-feira (17/05) que até 20 de julho decidirá se Israel será expulso do campeonato mundial pela continuidade de suas operações militares contra o povo palestino desde 7 de outubro, que já deixam mais de 35 mil mortos.
O anúncio foi dado pelo presidente da organização, Gianni Infantino, durante o 74º Congresso da FIFA, na capital tailandesa de Bangkok. Infantino revelou que o órgão regulador fará uma “avaliação jurídica” de caráter urgente sobre o assunto após um pedido apresentado pela Associação de Futebol da Palestina (PFA, na sigla em inglês) para que fossem aplicadas sanções a clubes e seleções israelenses.
A proposta palestina obteve o apoio das federações da Argélia, Iraque, Jordânia, Síria e Iêmen. No entanto, o dirigente máximo do futebol mundial não acatou ao pedido da presidência da Federação da Palestina de realizar uma votação nesta mesma sexta-feira, incluindo a participação dos 210 membros presentes no congresso.
“O futebol não deve e nunca deve se tornar refém da política e sempre ser um vetor de paz, uma fonte de esperança, uma força do bem, unindo as pessoas ao invés de dividir”, defendeu Infantino, acrescentando que a avaliação jurídica “terá que permitir contribuições e reivindicações de ambas as associações” e que, dessa forma, os resultados da análise serão encaminhados ao conselho da FIFA.
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A proposta palestina de aplicar sanções contra clubes e seleções israelenses obteve o apoio das federações da Argélia, Iraque, Jordânia, Síria e Iêmen
O presidente da PFA, Jibril Rajoub, criticou o posicionamento de Infantino, questionando “quanto mais a família do futebol palestino deve sofrer para que a FIFA aja com a mesma severidade e urgência que agiu em outros casos”.
“A FIFA considera algumas guerras mais importantes do que outras e algumas vítimas mais significativas […] Peço que estejam do lado certo da história. O sofrimento de milhões, incluindo milhares de futebolistas, merece tanto. Se não agora, então quando? Senhor presidente, a bola está no seu campo”, afirmou Rajoub.
Por outro lado, Shino Moshe Zuares, presidente da Federação Israelense de Futebol (IFA, na sigla em inglês), alegou que se trata de uma “tentativa política cínica e hostil da associação palestina de prejudicar o futebol israelense”.
“Estamos plenamente confiantes de que qualquer avaliação legal da FIFA de ambos os lados encontrará a IFA, como sempre, operando de acordo com todos os papéis da organização, algo que a PFA terá grandes dificuldades em provar o contrário”, disse outro porta-voz da federação israelense.
A proposta apresentada no mês passado pela PFA para inclusão na agenda do Congresso acusa Israel por crimes de guerra, ao argumentar que o Estado israelense viola uma ordem vinculante da Corte Internacional de Justiça (CIJ) para evitar atos genocidas na Faixa de Gaza e ignora os apelos de cessar-fogo feitos pela Organização das Nações Unidas (ONU).