Ken Anderson, um ex-promotor do Texas, terá de cumprir dez dias de prisão pelas acusações que, em 1987, condenaram o cidadão Michael Morton a passar quase 25 anos detido por um assassinato que não cometeu, de acordo com informações divulgadas nesta sexta-feira (08/11) pela imprensa local.
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Anderson, que era promotor público do condado de Williamson, nos arredores de Austin (Texas), deverá perder sua licença de advogado, pagar uma multa e prestar serviços sociais nos próximos cinco anos, além de cumprir o mandato de prisão no mês de dezembro.
O juiz Kelly Moore, que está conduzindo o caso, culpou Anderson por falsificação de provas e por ter garantido ao magistrado não possuir nenhuma evidência favorável à defesa do acusado, durante o julgamento em 1987.
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Na época, Michael Morton foi erroneamente culpado pelo assassinato de sua mulher. Sua versão, relatando que Christine Morton teria sido assassinada por um invasor desconhecido de sua casa, foi desconsiderada até 2011, quando um exame de DNA comprovou que o crime fora cometido por outro homem.
“Hoje é um bom dia”, disse Morton depois da audiência. “Eu disse que, a única coisa que eu queria, em princípio, era colocar Ken Anderson no banco dos réus e que ele fosse impedido de exercer a advocacia”.
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Anderson foi acusado de ocultar duas provas básicas na defesa de Morton. A primeira se trata de uma transcrição da conversa entre a mãe de Christine e um policial. Nela, a senhora garantia que o filho do casal, de apenas 3 anos, que presenciou o crime, negava que Michael estivesse em casa e descrevia o assassino como um monstro.
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A segunda prova é um relatório policial que reporta a circulação suspeita de um motorista desconhecido, pela região onde viviam os Morton, dias antes do assassinato.
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O ex-promotor, que vai para a prisão no dia 2 de dezembro, exerceu o cargo durante 16 anos no condado de Williamson e se tornou juiz em 2002, cargo do qual já renunciou.
A organização Innocence Project, dedicada a casos de condenações equivocadas, adiantou hoje que vai fazer uma revisão de todos os casos nos quais Anderson participou como advogado.