A União Europeia está preparada para a troca de ofertas comerciais de acesso a mercados com o Mercosul (Mercado Comum do Cone Sul) antes do fim de ano. O órgão executivo da entidade, a Comissão Europeia, afirmou nesta quinta-feira (28/11) que espera que o bloco sul-americano também esteja disposto a fazer o mesmo.
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“A UE está pronta para cumprir o compromisso com a troca de ofertas de acesso a mercados com Mercosul antes do fim de ano”, disse o porta-voz comunitário de Comércio, John Clancy.
“A troca de ofertas de acesso a mercados é um importante passo nestas negociações e confiamos que os países do Mercosul também estejam trabalhando para cumprir o compromisso assumido em Santiago e elaborem conjuntamente uma oferta”, acrescentou.
No encontro ministerial UE-Mercosul realizado no último dia 26 de janeiro, em Santiago do Chile, os países do Mercosul se comprometeram a trocar ofertas de acesso a seu mercado, no mais tardar, no último trimestre do ano.
Por sua parte, fontes comunitárias negaram que a UE tenha adiado ou solicitado atrasar até janeiro a troca de ofertas, ao afirmar que isso é “incorreto”.
As partes decidiram na última rodada de negociação, que aconteceu em outubro de 2012, que antes da convocação de reunião, teria que acontecer a troca de ofertas.
Deste modo, a data para uma próxima rodada de negociação só será fixada após essa troca.
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A UE e o Mercosul (composto por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela, único país do grupo que não faz parte ainda das negociações com os europeus) retomaram em 2010 a negociação de um acordo de livre comércio, após uma paralisação de vários anos.
Em uma recente visita a Brasília, o vice-presidente da Comissão Europeia e responsável de Indústria, Antonio Tajani, declarou que o Mercosul “tem seus problemas” e que um acordo com a UE “depende” do bloco sul-americano.
“Vamos ver o que faz o Mercosul”, mas enquanto isso “falamos com o Brasil de outras coisas”, alheias ao estritamente comercial, afirmou então.
O comissário de Comércio europeu, Karel De Gucht, indicou por sua parte, em meados de outubro, ao término de um Conselho de Ministros europeus do ramo, que “corresponde ao Mercosul discutir em que formato quer conversar” com a UE. “Nos pediram para reabrir as negociações e fizemos isso. Disseram que antes do final do ano viriam com ofertas, estamos querendo vê-las”, enfatizou.
Nesse momento também assegurou que não havia negociações bilaterais entre a UE e o Brasil.