Em coletiva de imprensa realizada para 700 jornalistas na tarde desta terça (14/01) em Paris, o presidente François Hollande anunciou um programa de economia de 50 bilhões de euros entre 2015 e 2017, o que representa 4% dos gastos da administração pública, valor muito acima dos 15 bilhões de cortes incluídos no orçamento deste ano. Segundo o líder político, não serão “cortes cegos, como os feitos no passado, injustos, mas estarão baseados em reformas estruturais e em uma redefinição das missões do Estado”.
Agência Efe
Hollande rebate às críticas da oposição a assuntos polêmicos
Na tentativa de dar um novo impulso reformista para levantar a economia do país, o presidente afirmou que vai firmar um “pacto de responsabilidade” para trazer vantagens empresariais com intuito de fomentar a criação de emprego.
O presidente se comprometeu a enfrentar os cortes na administração pública defendidos pelo empresariado, propondo também a redução dos impostos, que significarão uma redução de 14% este ano e de 6% suplementares em 2015. “As grandes empresas têm mecanismos que lhes permitem diminuir impostos sobre a sociedade, enquanto as pequenas empresas são atingidas por taxas altas. Agora, vamos também fazer uma reforma que também lhes beneficiem”, afirmou Hollande.
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A conferência, realizada semestralmente para fazer um balanço da gestão do chefe de Estado, girou em torno da discussão das reformas econômicas na França e suas implicações para a criação de postos de trabalho, já que o desemprego foi uma das questões mais debatidas em 2013. No entanto, as propostas de Hollande não agradaram a força sindical. “O presidente da República confirmou o caráter liberal da política econômica posta em jogo: a demanda, isto é, os salários, estão totalmente dependentes da oferta”, critica a FO (Força Operária).
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Outras polêmicas
As revelações feitas na sexta (10/11) pela revista Closer, sobre um suposto caso de Hollande com a atriz Julie Gayet, também foram abordadas na conferência. “É uma violação que toca uma liberdade fundamental, que concerne a todos. Nós somos um país de grande liberdade, mas devemos ter esse princípio de respeito à vida privada e à dignidade das pessoas”, disse o presidente. “Para mim, transparência é essencial”, sintetiza o chefe de estado, que tem uma relação oficial com a jornalista Valerie Trierweiler e negou-se a prolongar as perguntas acerca dos rumores de sua traição.
Paralelamente, ainda foi discutido o posicionamento do governo sobre o popular humorista francês antissemita Dieudonné, alvo de polêmicas nas últimas semanas. “Há atos e frases antissemitas, mas também há numerosas atitudes anti-muçulmanas, com profanações, que devem igualmente ser denunciadas. Nenhuma dessas ações deve ser aceita”, ponderou Hollande.
(*) com Agência Efe