Os Estados Unidos pediram a colaboração do governo uruguaio de José Mujica para que o país sul-americano receba cinco presos atualmente sob custódia na prisão de Guantánamo. Após consultas, o mandatário uruguaio aceitou colaborar com o presidente Barack Obama, que, em sua corrida à Casa Branca em 2008, tinha como uma de suas principais bandeiras políticas o fechamaento da polêmica penitenciária militar.
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Após negociação entre Mujica e Obama, cinco detidos de Guantánamo serão transferidos por pelo menos dois anos ao Uruguai
Segundo a petição de Washington, difundida na imprensa uruguaia pela revista Búsqueda, os detidos permaneceriam no Uruguai por pelo menos dois anos. “Obama expressou, durante as última semanas a seu colega uruguaio José Mujica por meio de emissários, a vontade do governo de Washington de que o Uruguai seja um dos países a receber prisioneiros de Guantánamo”, escreve a publicação, sem dar mais detalhes.
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A negociação teve a presença do secretário de Estado norte-americano, John Kerry. O chanceler conversou por telefone com Mujica para agradecer a colaboração de Montevidéu e confirmar que Obama o receberá na Casa Branca em uma visita presidencial ainda neste semestre.
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Em sua última visita a Cuba, na 2ª Cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos), Mujica confabulou com o presidente cubano, Raúl Castro, para informá-lo das intenções da Casa Branca. Segundo a publicação Búsqueda, houve consenso entre os dois chefes de Estado em apoiar o pedido de Obama.
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Carlos Latuff
Pesquisa indica que médicos violaram código de ética ao participar de torturas em Guantánamo
Tem sido mais frequente nos últimos meses a transferência de prisioneiros de Guantánamo. Dois sauditas, dois sudaneses e dois argelinos (estes, a contragosto) retornaram a seus países de origem. Ainda permanecem na prisão da baía de Guantánamo, território na ilha de Cuba sob controle norte-americano, 155 detentos na base militar criada por George W. Bush como consequência dos atentados de 11 de setembro de 2001.