No Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura, celebrado na última quinta-feira (26/06) pela ONU (Organização das Nações Unidas), o governo colombiano anunciou o registro de mais de 8 mil casos de tortura no país. Os casos foram levantados pela Unidade para Atenção e Reparação Integral das Vítimas, uma agência do governo.
Segundo o órgão, 8.210 pessoas foram incluídas no registro único de vítimas do país por terem sido torturadas. A agência existe desde 2012 e tem um total de 6,5 milhões de vítimas registradas. Os registros apontam também que foram atendidas mais de 42 mil vítimas de conflito armado, que receberam atenção psicossocial e de saúde integral. Além disso, 29 mil pessoas foram atendidas em sessões de terapia de grupo.
A CCCT (Coalizão Colombiana Contra a Tortura) também participou do ato que homenageou as vítimas e pediu ao governo do país que ratifique o protocolo facultativo da Convenção contra a Tortura.
Embora o governo reconheça a necessidade de reparação das vítimas e tenha programas de acompanhamento, ONGs e associações de vítimas afirmam que os recursos destinados à unidade de apoio são insuficientes para garantir atenção a todas as vítimas.
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O governo já anunciou que espera aumentar a atenção, especialmente caso seja firmado um acordo de paz no país. A reparação das vítimas é justamente o ponto que está sendo discutido atualmente pela mesa que negocia, em Havana, o fim do conflito armado entre as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o governo.
Na primeira semana de junho, o governo anunciou a criação de uma Comissão da Verdade para investigar os crimes cometidos no âmbito do conflito por todos os participantes em 50 anos. Tanto as Farc quanto os paramilitares e o Exército deverão ser investigados. Além disso, as Farc admitiram a responsabilidade por terem provocado danos e feito vítimas em meio à guerra.