*Atualizada às 15h59
Os intensos bombardeios realizados pelo Exercito israelense contra Gaza nesta terça-feira deixaram pelo menos 16 mortos — 12 civis, incluindo cinco crianças — e mais de 50 feridos. Desde a noite de ontem, Israel realizou 120 ataques com aviões de combate e destruiu quatro casas que supostamente seriam de familiares de integrantes do Hamas. Apenas no ataque aéreo realizado contra um veículo civil em Gaza quatro palestinos morreram. As informações foram fornecidas pelo ministério de Saúde local.
Ainda hoje, um míssil lançado pelo braço armado da Jihad Islâmica foi interceptado pelo exército israelense sobre a cidade de Tel Aviv.
Durante uma reunião de segurança, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Exército deve estar preparado para uma “longa e dura” campanha militar na Faixa de Gaza. “Que esteja preparado para tudo. A ofensiva terrestre está sobre a mesa”, disse um oficial não identificado ao jornal israelense Ha'aretz.
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De acordo com a publicação, Netanyahu entrará em contato ainda hoje com diversos líderes internacionais para explicar os objetivos e motivos da operação “Vantagem Protetora” lançada ontem à noite.
Agência Efe
Veículo civil destruído em Gaza matou quatro pessoas hoje
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, pediu que o governo israelense “detenha imediatamente a escalada de ataques sobre Gaza”. Em um comunicado, Abbas pediu que a comunidade internacional “intervenha de maneira imediata para pôr fim a esta perigosa escalada bélica que só pode levar a região para mais instabilidade e destruição”.
A Agência palestina Wafa revelou que Abbas iniciou “consultas urgentes” com líderes árabes e de outros países para tentar pressionar o governo de Israel a mudar sua postura.
Estados Unidos
Em carta publicada hoje no jornal Haaretz, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu contenção a ambas as partes. “Neste momento perigoso, todas as partes devem proteger os inocentes e atuar com sensatez e contenção, não com vingança e ações de castigo”, escreveu.
A carta, escrita antes do dia 30 de junho, menciona as recentes mortes de jovens israelenses e palestinos. O presidente diz que como pai, pode imaginar a dor dos progenitores dos três jovens israelenses assassinados, e tem o “coração partido” pelo assassinato do adolescente palestino, ato realizado possivelmente como vingança.
Agência Efe
Garota observa casa da família Al Abadlla destruída após ataque do Exército israelense no sul de Gaza
O mandatário ressalta o compromisso dos Estados Unidos com Israel ae afirma que “as crianças palestinas têm esperanças e sonhos para seu futuro e merecem viver com a dignidade que só vem com um estado próprio”.
Sobre o presidente palestino, comenta, que “em Abbas, Israel tem um interlocutor comprometido com a solução de dois Estados e a cooperação em matéria de segurança”. Obama também afirma que “estará ali, preparado para fazer parte” para o caso que as partes adotem um compromisso político para retomar a negociação encerrada sem êxito após nove meses de diálogo.
Crise
Esta é a crise mais grave na região desde 2012. Fontes de Segurança informaram à agência Efe que desde ontem à noite, Israel realizou 120 ataques com aviões de combate em Gaza, deixando 50 feridos. De acordo com o Exército israelense, 86 foguetes foram lançados a partir de Gaza, dos quais 16 caíram nas últimas horas.
O braço armado do Hamas, as “Brigadas Izadim al Qasem”, disseram ter lançado pelo menos 60 foguetes hoje. As brigadas al-Nasser Salah al-Deen, braço armado do Comitê de Resistência Popular disseram ser responsáveis pelo lançamento de 17 foguetes, como informou a Wafa.
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Somente nesta segunda-feira (07/06), ataques a realizados contra a Palestina mataram nove pessoas, majoritariamente do Hamas. Fontes médicas afirmaram à agência AFP que sete crianças e duas mulheres estão entre os feridos, dois em situação considerada grave.
Além disso, advogados palestinos denunciam que mais de 60 pessoas foram presas pela polícia de Israel em Jerusalém durante a noite.
Agência Efe
Israel realiza ofensiva militar, “Margem protetora”, em resposta aos foguetes lançados por palestinos
Antecedentes
A situação se agravou na região após o sequestro e morte de três adolescentes israelenses. Durante as buscas realizadas na Cisjordânia ocupada, seis palestinos morreram e 560 foram detidos. Embora não tenha assumido a autoria do sequestro, o Hamas é apontado por Tel Aviv como responsável pelas mortes. Netanyahu chegou a afirmar que o “Hamas é o responsável e o Hamas irá pagar” e que a “vingança pelo sangue de crianças, Satanás ainda não criou”.
Como ato de vingança pela morte dos garotos, um jovem palestino de 17 anos foi brutalmente assassinado há quatro dias em uma área próxima a Jerusalém. O Hamas garantiu que “se [Israel] lançar uma escalada ou uma guerra abrirá sobre si mesmo as portas do inferno”.