A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, ordenou no último domingo (27/07) o fechamento de quase todas as fronteiras do país para conter o surto de ebola que afeta a nação africana. Além de fechar temporariamente as fronteiras, Ellen também restringiu eventos públicos e colocou em quarentena comunidades inteiras afetadas pelo vírus.
O anúncio das medidas foi feito durante a primeira reunião de uma nova força-tarefa criada pela presidente liberiana para conter a doença, que já matou 129 pessoas no país e mais de 670 na África Ocidental, principalmente na Guiné, em Serra Leoa e na própria Libéria.
Agência Efe
Funcionários públicos da Libéria levam paciente infectado pelo vírus do ebola em uma unidade de isolamento.
Ellen afirmou que apenas três fronteiras terrestres permanecerão abertas e que os aeroportos de Monróvia, capital do país, também não fecharão. Apesar disso, a presidente disse que centros de prevenção e de testes serão instalados tanto nos aeroportos da capital como nos passos fronteiriços abertos. Além dessas medidas, restaurantes e outros estabelecimentos abertos ao público deverão mostras um filme educativo de cinco minutos sobre a prevenção da doença.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), não existe cura para o ebola, cujos sintomas iniciais são febre e dor de garganta. A evolução da doença pode causar vômitos, diarreia e hemorragia interna. O ebola é transmitido através de contato direto com sangue ou fluidos corporais de pessoas infectadas ou através objetos contaminados por esses fluídos, como lençóis de cama.
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Dois médicos norte-americanos que trabalhavam para ONGs que cuidam de pessoas infectadas pela doença contraíram o vírus nos últimos dias. Além deles, outros dois médicos africanos, referências me seus países no tratamento da doença, faleceram depois de serem infectados por pacientes.
Epidemia sem precedentes
Em 31 de março, o vice-diretor de operações da MSF (Médicos Sem Fronteiras), Mariano Lugli, havia anunciado que o surto de ebola na África Ocidental representava uma “epidemia sem precedentes, de magnitude nunca antes vista”. Essa declaração estampou os noticiários internacionais e elevou a doença a um novo patamar de preocupação em escala global. Em entrevista exclusiva a Opera Mundi, Lugli relatou em abril que a epidemia ainda estava longe de ser contida.
Em maio, às vésperas das eleições do Parlamento Europeu, o candidato francês Jean-Marie Le Pen, presidente de honra do partido de extrema-direita Frente Nacional (FN), afirmou que a solução para combater os “problemas” de imigração no continente era o vírus ebola.
No último sábado, a Nigéria decretou estado de alerta em seus portos e fronteiras após o primeiro caso fatal de ebola ser confirmado em Lagos, cidade mais populosa do país e segunda maior do continente africano.