Os Estados Unidos sofrerão “prejuízos reais” e “notórios” como consequência do novo pacote de sanções econômicas aprovadas contra a Rússia em função da crise na Ucrânia, advertiu nesta quarta-feira (30/07) o Ministério das Relações Exteriores russo.
“Os prejuízos reais por essa destrutiva e míope política serão notórios para Washington”, disse uma nota difundida pela chancelaria. Moscou também acusou o governo americano de se “vingar da Rússia por sua política independente” na Ucrânia.
Já o Banco Central russo declarou hoje que, caso seja necessário, respaldará as entidades bancárias do país afetadas pelas sanções ocidentais contra Moscou por seu apoio aos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.
“Em caso de necessidade, serão adotadas medidas adequadas para respaldar essas entidades e proteger os interesses de seus clientes e credores”, afirmou o Banco Centeral em comunicado.
De acordo com a instituição, os bancos sancionados trabalham em regime normal e “prestam todos seus serviços aos clientes, incluindo operações de transferências e com cartões de crédito”.
Ontem (29/07), os Estados Unidos anunciaram um terceiro pacote de sanções econômicas contra a Rússia, que afeta, entre outras organizações, os bancos estatais VTB, Bank of Moscow, e Russian Agricultural Bank.
A União Europeia, por seu lado, concordou pela primeira vez em impor sanções econômicas à Rússia, principalmente por não fazer os esforços suficientes para frear a tensão na crise ucraniana.
Embora essas sanções não tenham sido especificadas, fontes europeias anteciparam que, entre outras, há uma que destaca a restrição do acesso aos mercados de capitais europeus para os bancos russos.
Conflito
As tropas do governo ucraniano tomaram o controle de Avdeyevka, cidade satélite de Donetsk, o principal foco de resistência das milícias separatistas pró-russas no leste da Ucrânia, informou nesta quarta-feira (30/07) o comando militar da ex-república soviética.
Avdeyevka, com aproximadamente 35 mil habitantes antes do início do conflito armado, encontra-se cerca de dez quilômetros ao norte do centro de Donetsk.
Segundo o boletim militar ucraniano, as forças governamentais não sofreram baixas durante a última noite.
Por outro lado, fontes do Estado-Maior dos separatistas disseram à agência russa Interfax que o Exército ucraniano utilizou dez carros de combate e vários outros veículos blindados para entrar em Avedeyevka.
Ao nordeste de Donetsk, as tropas ucranianas continuam sua ofensiva contra Gorlovka, um importante reduto dos separatistas pró-Rússia, onde cerca de 30 pessoas, entre elas oito crianças, morreram por fogo de artilharia nesta semana.
O comando ucraniano reiterou hoje que as forças governamentais não utilizam todo o seu poder de fogo. Em particular, não fazem uso de artilharia e da aviação contra núcleos urbanos. “A utilização de armamento pesado simplificaria notavelmente as operações militares para libertar as cidades e aldeias, mas poderia causar vítimas na população civil, o que não pode ser permitido pelo Exército ucraniano”, ressaltou o boletim militar.
A escalada dos combates nos últimos dias fez o número de vítimas disparar entre a população civil das regiões rebeldes de Donetsk e Lugansk, ambas na fronteira com a Rússia, onde quase 50 mil refugiados ucranianos pediram asilo e outros 27 mil solicitaram cidadania.
Segundo dados divulgados pela ONU no início desta semana, o conflito no leste da Ucrânia já matou 1.129 pessoas e produziu mais de cem mil refugiados.
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EFE/Evert-Jan Daniels
Separatistas pró-russos bloqueiam o acesso de observadores ao local do acidente do voo
Voo MH17
Os combates entre as forças ucranianas e os separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia impediram novamente nesta quarta-feira (30/07) os investigadores internacionais de chegar ao local onde o avião da Malaysia Airlines caiu, informou o chefe da missão de repatriação das vítimas, Pieter-Jaap Aalbersberg.
“Nesta manhã decidimos que não era suficientemente seguro dirigir com os especialistas de Donetsk para o local do acidente do voo MH17. Tomamos a decisão após consultas cuidadosas com a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE)”, disse Aalbersberg em um comunicado divulgado em Haia (Holanda).
Junto com os analistas da OSCE, os investigadores tentarão chegar amanhã (01/07) novamente no local onde o Boeing caiu em 17 de julho com 298 pessoas a bordo. “Amanhã avaliaremos se é suficientemente seguro viajar para o lugar do acidente e se é possível garantir um entorno seguro para trabalhar”, explicou Aalbersberg.
“Infelizmente, a missão está se desenrolando com mais lentidão do que esperávamos, mas seguiremos trabalhando sem descanso para conseguir a repatriação de nossos entes queridos junto com seus pertences”, acrescentou.
O processo de identificação dos corpos está sendo feito na base militar de Hilversum, no norte da Holanda.
* Com agência Efe